Este é um texto enviado pelo professor Osório. Aqui é o link do texto original ( com figuras):
O ILUMINISMO
Abaixo o texto sem figuras transcrito neste post.
O ILUMINISMO (setembro 2015)
História do Iluminismo, o pensamento no Século das Luzes, critica ao absolutismo, pensadores iluministas, Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Locke, Diderot e D’Alembert, ideias dos principais filósofos, filosofia e política nos séculos XVII e XVIII.
Introdução
Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.
Os ideais iluministas
Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.
Século das Luzes
A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas.
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.
Principais filósofos iluministas
Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
Jean-Jaques Rousseau – um dos principais filósofos do Iluminismo
O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das idéias e pensadores Iluministas foi a cidade de Paris.
Os iluministas defendiam a criação de escolas para que o povo fosse educado e a liberdade religiosa. Para divulgar o conhecimento, os iluministas idealizaram e concretizaram a idéia da Enciclopédia (impressa entre 1751 e 1780), uma obra composta por 35 volumes, na qual estava resumido todo o conhecimento existente até então.
O iluminismo foi um movimento de reação ao absolutismo europeu, que tinha como características as estruturas feudais, a influencia cultural da Igreja Católica, o monopólio comercial e a censura das “idéias perigosas”.
O nome “iluminismo” fez uma alusão ao período vivido até então, desde a Idade Média, período este de trevas, no qual o poder e o controle da Igreja regravam a cultura e a sociedade.
Montesquieu, um dos principais filósofos do Iluminismo. Obra de autor desconhecido.
Os principais pensadores iluministas foram:
Montesquieu (1689-1755) – fez parte da primeira geração de iluministas. Sua obra principal foi “O espírito das leis”. Antes mesmo da sociologia surgir, Montesquieu levantou questões sociológicas, e foi considerado um dos precursores da sociologia.
Voltaire (1694-1778) – Critico da religião e da Monarquia, Voltaire é o homem símbolo do movimento iluminista. Foi um grande agitador, polêmico e propagandista das idéias iluministas. Segundo historiadores, as correspondências de Voltaire eram concluídas sempre com o mesmo termo:
Écrasez l’Infâme (Esmagai a infame). A infame a que se referia era a Igreja católica. Sua principal obra foi “Cartas Inglesas”.
Diderot (1713-1784) – Dedicou parte de sua vida à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua principal contribuição.
D’Alembert (1717-1783) – Escreveu e ajudou na organização da enciclopédia.
Rousseau (1712-1778) – redigiu alguns verbetes para a Enciclopédia. Suas idéias eram por vezes contrárias as dos seus colegas iluministas, o que lhe rendeu a fama de briguento. Sua principal obra foi “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.
O movimento iluminista utilizou da razão no combate a fé na Igreja e a idéia de liberdade para combater o poder centralizado da monarquia. Com essa essência transformou a concepção de homem e de mundo.
A partir do iluminismo surgiu outro movimento, de cunho mais econômico e político: o liberalismo.
O ILUMINISMO – Pensadores e características
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política.
Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.
As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:
– Mercantilismo.
-Absolutismo monárquico.
– Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.
Com base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
– A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
– O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
– O predomínio da burguesia e seus ideais.
As idéias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo – ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas idéias iluministas.
Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as idéias de progresso iluministas.
Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.
Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e idéias neste período. São eles:
John Locke
John Locke é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde Locke defende a razão afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma idéia.
Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.
Voltaire
François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.
Montesquieu
Charles de Secondat Montesquieu em sua obra “O espírito das leis” defendeu a tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua simpatia política inclinava-se para uma monarquia moderada.
Rousseau
Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos.
Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.
Quesnay
François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado.
Adam Smith
Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de idéias denominado liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
– o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
– para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
– para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida pelo livre jogo da oferta e da procura.
Iluminismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O iluminismo, também conhecido como Século das Luzes[1] e como Ilustração[2] [3] [4] [5] foi um movimento cultural da elite intelectualeuropeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Abarcou inúmeras tendências e, entre elas, buscava-se um conhecimento apurado da natureza, com o objetivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista[6] . Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância da Igreja e do Estado. Foram vários os príncipes reinantes que muitas vezes apoiaram e fomentaram figuras do iluminismo e até mesmo tentaram aplicar as suas ideias ao governo. Originário do período compreendido entre os anos de 1650 e 1700, o iluminismo foi despertado pelos filósofos Baruch Spinoza (1632-1677),John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e pelo matemático Isaac Newton (1643-1727). O iluminismo floresceu até cerca de 1790-1800, após o qual a ênfase na razão deu lugar ao ênfase do romantismo na emoção e um movimento contrailuminista ganhou força.
O centro do iluminismo foi a França e culminou com a grande Encyclopédie (1751-1772) editada por Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d’Alembert com contribuições de centenas de líderes filosóficos (intelectuais), tais como Voltaire (1694 -1778) e Montesquieu (1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do conjunto de 35 volumes foram vendidos, metade deles fora da França. As novas forças intelectuais difundiram-se para os centros urbanos de toda a Europa, nomeadamente Inglaterra, Escócia, os estados alemães, Países Baixos, Rússia,Itália, Áustria e Espanha, em seguida, saltou o Atlântico para colônias europeias, onde influenciou Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, entre muitos outros, e desempenhou um papel importante na Revolução Americana. Os ideais políticos influenciaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos, a Carta dos Direitos dos Estados Unidos, a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Constituição Polaco-Lituana de 3 de maio de 1791.[7]
Índice
[esconder]
Definição
Immanuel Kant.
Ainda que importantes contemporâneos venham ressaltando as origens do iluminismo no século XVII tardio,[8] não há consenso abrangente quanto à datação do início da era do iluminismo. Boa parte dos acadêmicos simplesmente utilizam o início do século XVIII como marco de referência, aproveitando a já consolidada denominação Século das Luzes .[9] O término do período é, por sua vez, habitualmente assinalado em coincidência com o início das Guerras Napoleônicas (1804-1815).[10]
Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, sociais, políticas,correntes intelectuais e atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos “micro-iluminismos”, diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz religioso, como nos casos de “iluminismo tardio”, “iluminismo escocês” e “iluminismo católico”.
O iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um lugar melhor – mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social.[11] Immanuel Kant como resposta à questão “O que é o iluminismo?”, descreveu de maneira lapidar a mencionada atitude:
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“O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! – esse é o lema do iluminismo“.[12] |
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Fases do iluminismo
Frontispício da Encyclopédie(1772), desenhado por Charles-Nicolas Cochin e gravado por Bonaventure-Louis Prévost. Esta obra está carregada de simbolismo: a figura do centro representa a verdade – rodeada por luz intensa (o símbolo central do iluminismo). Duas outras figuras à direita, a razão e a filosofia, estão a retirar o manto sobre a verdade.
Os pensadores iluministas tinham como ideal a extensão dos princípios do conhecimento crítico a todos os campos do mundo humano.[13]Supunham poder contribuir para o progresso da humanidade e para a superação dos resíduos de tirania e superstição que creditavam ao legado da Idade Média. A maior parte dos iluministas associava ainda o ideal de conhecimento crítico à tarefa do melhoramento do estado e da sociedade.
O uso do termo iluminismo na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas ideias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio para a superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
Entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a principal influência sobre a filosofia do iluminismo proveio das concepçõesmecanicistas da natureza que haviam surgido na sequência da chamada revolução científica do século XVII. Neste contexto, o mais influente dos cientistas e filósofos da natureza foi então o físico inglês Isaac Newton. Em geral, pode-se afirmar que a primeira fase do iluminismo foi marcada por tentativas de importação do modelo de estudo dos fenômenos físicos para a compreensão dos fenômenos humanos e culturais.
No entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, muitos pensadores iluministas passaram a afastar-se das premissas mecanicistas legadas pelas teorias físicas do século XVII, aproximando-se então das teorias vitalistas que eram desenvolvidas pelas nascentes ciências da vida.[14] Boa parte das teorias sociais e das filosofias da história desenvolvidas na segunda metade do século XVIII, por autores como Denis Diderot e Johann Gottfried von Herder, entre muitos outros, foram fortemente inspiradas pela obra de naturalistas tais como Buffon e Johann Friedrich Blumenbach.
Os iluminismos regionais
Alemanha
No espaço cultural alemão, um dos traços distintivos do iluminismo (Aufklärung) é a inexistência do sentimento anticlerical que, por exemplo, deu a tônica ao iluminismo francês. Os iluministas alemães possuíam, quase todos, profundo interesse e sensibilidade religiosas, e almejavam uma reformulação das formas de religiosidade. O nome mais conhecido da Aufklärung foi Immanuel Kant.[15] Outros importantes expoentes do iluminismo alemão foram: Johann Gottfried von Herder, Gotthold Ephraim Lessing, Moses Mendelssohn, entre outros.[16]
Escócia
Ver artigo principal: Iluminismo Escocês
David Hume,
por Allan Ramsey, 1766, na Galeria Nacional da Escócia
A Escócia, curiosamente um dos países mais pobres e remotos da Europa ocidental no século XVIII, foi um dos mais importantes espaços de produção de ideias associadas ao iluminismo. Empirismo e pragmatismo foram as tendências mais marcantes do iluminismo escocês.[17]Dentre os seus mais importantes expoentes destacam-se, entre outros: Adam Ferguson, David Hume, Francis Hutcheson, Thomas Reid,Adam Smith.[18]
Estados Unidos
Nas colônias britânicas que formariam os futuros Estados Unidos da América, os ideais iluministas chegaram por importação da metrópole, mas tenderam a ser redesenhados com contornos religiosos e politicamente mais radicais. Ideias iluministas exerceram uma enorme influência sobre o pensamento e prática política dos chamados founding fathers (pais fundadores) dos Estados Unidos, entre eles: John Adams, Samuel Adams, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, Alexander Hamilton e James Madison.[19]
A fermentação política nas colônias norte-americanas ocorria no contexto do Iluminismo, o movimento de transformação intelectual que se espalhou por toda a Europa e pelo Novo Mundo. A Declaração de Independência foi inspirada nas ideias Iluministas – e também serviu para lhes dar forma. Jefferson e Franklin são considerados os principais expoentes desse pensamento, e a Declaração é um de seus textos canônicos.[20] Os iluministas americanos ficaram famosos por criticarem a concentração de renda e ao voto censitário.[21] [22] Um dos pilares do iluminismo americano foi o pacifismo.[23] [24] [25]
França
A França é considerada por muitos o país que liderou intelectualmente o iluminismo europeu. Durante o século XVIII, os intelectuais franceses foram os primeiros a promover os valores iluministas, apenas de os personagens mais importantes da época não serem franceses. Eles eram conhecidos como Philosophes (filósofos), dentre os quais o mais famoso foi Voltaire, Diderot e Montesquieu. Tiveram papel fundamental pois, vivendo numa época em que a França ainda era um Estado católico sob autoridade religiosa de Roma, transformaram-se em mártires do iluminismo devido à sua luta contra a censura e intolerância.[26] Os Philosophes eram, por toda parte, inimigos do cristianismo. Mesmo assim, suas ideias e crenças traziam a marca indelével da religião perseguida.[27]
Na França, país de tradição católica, mas onde as correntes protestantes, nomeadamente os huguenotes, também desempenharam um papel dinamizador, havia uma tensão crescente entre as estruturas políticas conservadoras e os pensadores iluministas. Rousseau, por exemplo, originário de uma família huguenote e colaborador da Encyclopédie, foi perseguido e obrigado a exilar-se na Inglaterra. O conflito entre uma sociedade feudal e católica e as novas forças de pendor protestante e mercantil, irá culminar na Revolução Francesa. Madame de Staël, com o seu salão literário, onde avultam grandes nomes da vida cultural e política francesa, será uma grande referência. Voltaire é retratado como um dos maiores filósofos iluministas da história.
Inglaterra
Na Inglaterra, a influência católica havia sido definitivamente afastada do poder político em 1688, com a Revolução Gloriosa. A partir de então, nenhum católico voltaria a subir ao trono – embora a Igreja da Inglaterra tenha permanecido bastante próxima do catolicismo em termos doutrinários e de organização interna. Sem o controle que a Igreja Católicaexercia em outras sociedades, a exemplo da espanhola ou a portuguesa, é no Reino Unido que figuras como John Locke e Edward Gibbon dispõem da liberdade de expressão necessária ao desenvolvimento de suas ideias.
Portugal
Em Portugal, uma figura marcante desta época foi o Marquês de Pombal. Tendo sido embaixador em Londres durante 7 anos (1738-1745), o primeiro-ministro de Portugal ali teria recolhido as referências que marcaram a sua orientação como primeiro responsável político em Portugal. O Marquês de Pombal foi um marco na história portuguesa, contrariando o legado histórico feudal e tentando por todos os meios aproximar Portugal do modelo da sociedade inglesa. Entretanto, Portugal mostrara-se por vezes hostil à influência daqueles que em Portugal eram chamados pejorativamente de estrangeirados – fato pretensamente relacionado à influência Católica.
As Colónias Americanas e o Império Português
Nas colônias americanas do Império Português, foi notável a influência de ideais iluministas sobre os escritos econômicos tanto de José de Azeredo Coutinho quanto de José da Silva Lisboa. Também se podem considerar como “iluministas” diversos dos intelectuais que participaram de revoltas anticoloniais no final do século XVIII, tais como Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.
Crítica ao mercantilismo
Toda a estrutura política e social do absolutismo foi violentamente atacada pela revolução intelectual do Iluminismo. O mercantilismo, doutrina econômica típica da época, também foi condenado e novas propostas, mais condizentes com a nova realidade do capitalismo, foram teorizadas.
Os primeiros contestadores do mercantilismo foram os fisiocratas. Para os fisiocratas, a riqueza viria da natureza, ou seja, da agricultura, da mineração e da pecuária. O comércio era considerado uma atividade estéril, já que não passava de uma troca de riquezas. Outro aspecto da fisiocracia contrariava o mercantilismo: os fisiocratas eram contrários à intervenção do Estado na economia. Esta seria regida por leis naturais, que deveriam agir livremente. A frase que melhor define o pensamento fisiocrata é: Laissez faire, laissez passer (Deixai fazer, deixai passar).
A fisiocracia influenciou pensadores como Adam Smith, pai da economia clássica. A economia política como ciência autônoma não existia naquela época. O pensamento econômico era fruto do trabalho assistemático de intelectuais, que ocasionalmente se interessavam pelo problema: um dos principais teóricos da escola fisiocrata era um médico, François Quesnay.
Impacto
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, França, 1789, um dos muitos documentos políticos produzidos no século XVIIIsob a inspiração do ideário iluminista.
O iluminismo exerceu vasta influência sobre a vida política e intelectual da maior parte dos países ocidentais. A época do iluminismo foi marcada por transformações políticas tais como a criação e consolidação de estados-nação, a expansão de direitos civis e a redução da influência de instituições hierárquicas como a nobreza e a igreja.
O iluminismo forneceu boa parte do fermento intelectual de eventos políticos que se revelariam de extrema importância para a constituição do mundo moderno, tais como a Revolução Francesa, a Constituição polaca de 1791, a Revolução Dezembrista na Rússia em 1825, o movimento de independência na Grécia e nos Balcãs, bem como, naturalmente, os diversos movimentos de emancipação nacional ocorridos no continente americano a partir de 1776.
Muitos autores associam ao ideário iluminista o surgimento das principais correntes de pensamento que caracterizariam o século XIX, a saber, liberalismo, socialismo, e social-democracia.
Iluministas notáveis (ordenados por ano de nascimento)
- Bento de Espinosa(1632–1677), filósofo holandês, com ascendência judaica portuguesa. É considerado o precursor das correntes mais radicais do pensamento iluminista. Escrito mais importante: Ética (1677).
- John Locke(1632 – 1704), filósofo inglês. Ele negava a ideia de que Deus determinava o destino dos homens e afirmava que era a sociedade que os moldava para o bem ou para o mal.[28] Escritos mais importantes: Ensaio sobre o entendimento humano (1689); Dois tratados sobre governo (1689).
- Montesquieu(Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu) (1689-1755), filósofo francês. Defendia a ideia de que o governo deveria ser exercido por três poderes independentes (Legislativo, Executivo e Judiciario), a qual exerceu importante influência sobre diversos textos constitucionais modernos e contemporâneos.[28] Escrito mais importante: Do Espírito das Leis (1748).
- Voltaire(pseudónimo de François-Marie Arouet) (1694-1778), defendia a existência de um monarca absoluto, desde que cultuasse a ciência e estivesse aberto às reformas propostas pelos filósofos iluministas. Filósofo francês, era anticlericalista (acreditava que para chegar a Deus não era preciso a igreja, e sim a razão). Notabilizou-se pela sua oposição ao pensamento religioso e pela defesa da liberdade intelectual. Escritos mais importantes: Ensaio sobre os costumes (1756); Dicionário Filosófico (1764) e Cartas Inglesas (1734).[28]
- Benjamin Franklin(1706-1790), político, cientista e filósofo estadunidense. Participou ativamente dos eventos que levaram à independência dos Estados Unidos e da elaboração da constituição de 1787.
- Buffon(Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon) (1707-1788), naturalista francês. A sua principal obra, A história natural, geral e particular(1749–1778; 36 volumes), exerceu capital influência sobre as concepções de natureza e história dos autores do iluminismo tardio.
- David Hume(1711-1776), filósofo e historiador escocês.
- Jean-Jacques Rousseau(1712-1778), filósofo suiço. Era favorável à participação do povo na vida pública, por meio da eleição de seus representantes políticos. Defendia a necessidade de reformas sociais, e criticava a nobreza e a burguesia. Escrito mais importante: Do Contrato Social.[28]
Denis Diderot,
por Louis-Michel van Loo, 1767, noMuseu do Louvre
- Denis Diderot(1713-1784), filósofo francês. Elaborou juntamente com D’Alembert a “Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios”, composta de 33 volumes, com o propósito de sintetizar os principais conhecimentos acumulados pela humanidade, nas diversas áreas do saber. Essa obra foi publicada pela primeira vez na França (1751 e 1772) e tornou-se o principal veículo de divulgação de suas ideias na época.[28] Também se dedicou à teoria da literatura e à ética trabalhista.
- Adam Smith(1723-1790), economista e filósofo escocês. O seu escrito mais famoso é A Riqueza das Nações em que ele propunha o fim dos monopólios e da política mercantilista.[28]
- Immanuel Kant(1724-1804), filósofo alemão. Fundamentou sistematicamente a filosofia crítica, tendo realizado investigações também no campo da física teórica e da filosofia moral.
- Gotthold Ephraim Lessing(1729–1781), dramaturgo e filósofo alemão. É um dos principais nomes do teatro alemão na época moderna. Nos seus escritos sobre filosofia e religião, defendeu que os fiéis cristãos deveriam ter o direito à liberdade de pensamento.
- Edward Gibbon(1737–1794), historiador inglês.
- Benjamin Constant(1767–1830), político, filósofo e escritor de nacionalidade franco-suíça. Um dos pioneiros do liberalismo, amigo pessoal de Madame de Staël e aluno de Adam Smith e David Hume na Escócia. Constant foi imensamente influenciado pelo iluminismo escocês, tanto em seu trabalho sobre religião, quanto em seus ideais de liberdade individual.
Iluminismo foi um movimento intelectual que ocorreu na Europa do século XVIII, e teve sua maior expressão na França, palco de grande desenvolvimento da Ciência e da Filosofia. Teve grande influência a nível cultural, social, político e espiritual.
Também conhecido como Época das Luzes, foi o período de transformações na estrutura social na Europa, onde os temas giravam em torno daLiberdade, do Progresso e do Homem.
Iluminismo foi um processo desenvolvido para corrigir as desigualdades da sociedade e garantir os direitos naturais do indivíduo, como a liberdade e a livre posse de bens. Os iluministas acreditavam que Deus estava presente na natureza e também no próprio indivíduo, sendo possível descobri-lo por meio da razão.
Iluminismo é o nome que se dá à ideologia que foi sendo desenvolvida e incorporada pela burguesia da Europa, a partir das lutas revolucionárias do final do século XVIII. Apesar disso, o iluminismo não foi apenas um movimento ideológico, mas também político, potenciado pela Revolução Francesa.
Iluminismo é uma doutrina filosófica e religiosa preconizada no século XVIII, baseada na existência de uma inspiração sobrenatural.
Origem do Iluminismo
As origens do Iluminismo já se encontravam no século XVII, nos trabalhos do francês René Descartes, que lançou as bases do racionalismo, como a única fonte de conhecimento. Acreditava numa verdade absoluta, que consistia em questionar todas as teorias ou ideias pré-existentes. Sua teoria passou a ser resumida na frase: “Penso, logo existo”.
O iluminismo foi um movimento que teve seu ponto de partida na dúvida e na insatisfação, que eram constantes na Europa, nas duas últimas décadas do século XVIII. Na França, onde o movimento teve maior expressão, os limites feudais se chocavam com o desenvolvimento do capitalismo emergente. A burguesia, liderando camponeses e operários, se lançou contra a nobreza e o clero e assumiram a direção do movimento.
Iluminismo na França
Era na França do século XVIII, o palco mais expressivo das contradições dos limites feudais, que se chocavam com os grupos privilegiados e o rei.
As lutas sociais, o desenvolvimento da burguesia e de seus negócios e a crença na racionalidade chegaram ao auge na propagação dos ideais iluministas, estes levados pela onda da Revolução Francesa. Puseram fim às práticas feudais existentes naquele país e estimularam a queda de regimes absolutistas-mercantilistas, em outras partes da Europa.
Pensadores Iluministas
Os pensadores iluministas, chamados indistintamente de “filósofos”, provocaram uma verdadeira revolução intelectual na história do pensamento moderno. Inimigos da intolerância, esses pensadores defendiam acima de tudo a liberdade. Eram partidários da ideia de progresso, procuravam uma explicação racional para tudo.
O principal objetivo dos filósofos era a busca da felicidade humana. Rejeitavam a injustiça, a intolerância religiosa e os privilégios. Pela promessa de livrar a humanidade das trevas e trazer a luz por meio do conhecimento, esses filósofos foram chamados de iluministas.
Um dos maiores nomes do iluminismo foi o francês Voltaire, que criticava a Igreja e o clero e os resquícios da servidão feudal. Porém, acreditava na presença de Deus na natureza e no homem, que podia descobri-lo por meio da razão, daí a ideia de tolerância e de uma religião baseada na crença em um ser supremo. Acreditava na livre expressão, condenando a censura. Criticava a guerra e acreditava nas reformas, que realizadas sob a orientação dos filósofos, podiam resultar em um governo progressista.
Montesquieu, que era aristocrata, afirmava que cada país deveria ter um tipo de instituição política, de acordo com o seu progresso econômico-social. Sua contribuição mais conhecida foi a doutrina dos três poderes, em que defendia a divisão da autoridade governamental em três instâncias: executivo, legislativo e judiciário, cada um deles deveria agir de modo a limitar a força dos outros dois.
Jean Jacques Rousseau foi o mais radical e popular dos filósofos. Criticava a sociedade privada, idealizava uma sociedade de pequenos produtores independentes. Defendeu a tese da bondade natural dos indivíduos, pervertidos pela civilização. Propunha uma vida familiar simples, uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania do povo.
Expansão do Iluminismo
O clima ideológico criado pelos iluministas tornou-se tão forte e difundido que vários governantes procuraram colocar em prática suas ideias. Sem abandonar o poder absoluto, procuraram governar conforme a razão e os interesses do povo.
Iluminismo no Brasil
Os ideais iluministas (o fim do colonialismo e absolutismo, o liberalismo econômico e a liberdade religiosa) estiveram presentes no Brasil e foram responsáveis pela Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Fluminense (1794), a Revolta dos Alfaiates na Bahia (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
O Iluminismo serviu de motivação para os movimentos separatistas do século XVIII no Brasil e teve uma grande importância no desenvolvimento político no Brasil.
O significado de Iluminismo está na categoria: Filosofia