Ciências Sociais – resumo pág 1 a 15

Resumo  – Texto 2- As principais contribuições do pensamento sociológico clássico

Turma sala 206  Direito

Ciências Sociais – Professor Osório

Alunos: Érico, Gabriela, Lúcia, Juliana, Isabela, Raphael, Daysa, Renata, Fellipe,

Apresentação

Parte I- A formação de uma ciência do social: Sociologia

 

Sociologia é o estudo das relações humanas, é descobrir como as coisas funcionam,  aplicar métodos e levar a sociedade para uma sociedade desejável de modo científico.

Ciência é uma visão mais prática de entender e atuar no mundo e saber o seu funcionamento, garantido pelo método científico. Garante-se o sucesso da prática usando o conhecimento e o reconhecimento verdadeiro.

A ciência é um jeito especial de entender o mundo e garantir a verdade do conhecimento. Aquilo que não é ciência damos o nome de senso comum, pois para ele não é preciso garantir a verdade. Já o núcleo do conhecimento científico é garantir a verdade.

A ciência pura é descobrir como as coisas funcionam, enquanto a ciência aplicada é a ciência prática que vai levar em conta a utilidade, a moral e a ética.

Temos uma pré-sociologia,  uma herança científica,  métodos científicos.

Bacon: indução sistemática,  é a exploração exaustiva das evidências.

Newton: matemática para fazer sociologia (investigação da natureza)

Decartes: dúvida que gera descoberta.

Adam Smith : liberalismo econômico, a força do interesse econômico.

Locke: empirismo – razão e conhecimento vem da experiência.

A sociologia surgiu na base do pensamento burguês sobre duas tendências: O Iluminismo (homem racional), e O Liberalismo (iniciativa privada econômica). Após a Revolução Inglesa e Francesa e em meio a Revolução Social.

A diferença social é o grande motivo que tornou a sociologia importante para o contexto atual. A ordem social deu origem a sociologia.

A sociedade ideal é a sociedade liberal e para chegar nela eu aplico a ciência da Sociologia.

 

1.3. Iniciando uma ciência do social

1.3.1O primeiro problema:

Na questão empírica constatava-se a diferença entre as sociedades, mas apelando ao racionalismo eram buscadas hipóteses e categorias gerais que permitiam classificar essas diferenças. Esse problema remete para o método de conhecimento aplicável.

Para isso, o idealismo kantiano, no final do século XVIII vem emprestar ao problema um encaminhamento praticamente definitivo: a construção da ciência se daria a partir de uma razão crítica, ou seja, uma crítica da lógica das categorias e juízos aplicados à observação empírica; enquanto uma lógica da razão prática seria aquela destinada a subsidiar as ações (ética) e preceitos (moral).

As ações fundamentais à construção da ciência seriam dadas pelos verbos Descrever e Explicar, dentro desse idealismo de Kant. Esse idealismo estabelece a diferença entre fenômenos da natureza e as ações, individuais e em sociedade. A ciência, para ele, deveria se ocupar do primeiro grupo, enquanto a moral e a ética, do segundo, tendência essa, de cunho filosófico, que se projeta até os dias atuais, e boa parte dos estudos descritivos têm em sua base os preceitos de kantianos. A ciência para Kant se faz pela aproximação entre as ideias (gerais) e a experiência de mundo (particulares), logo, o conhecimento científico é possível, na medida em que as ideias (formas dadas à razão humana) se apropriam dos dados da experiência (conteúdo sensível), sendo ela possível, ainda, porque  deve se ocupar dos fatos que aparecem no espaço e no tempo (fenômenos) e que se oferecem ao exame reflexivo, crítico, se ocupando da existência dos fenômenos existentes, passíveis de serem submetidos ao processo de investigação. Consequentemente, a realidade investigada será aquela tal como se apresenta e representa na mente humana, por um caminho lógico e racional, mas não a realidade em si.

 

1.3.2 Segundo Problema: Prever

Para prever tendências na sociedade, passar de um estado e prever a mudança (histórica), a Matemática resolveu uma parte: Smith, Turgot, Malthus, Ricardo dentre outros. E o sentido do desenvolvimento da sociedade (forças atuantes) foi dado por Hengel e Marx.

Idealismo Hegeliano: real é racional. A realidade vem da razão.Homem caminha para a liberdade e aperfeiçoamento ou seja adquirir consciência. Consciência em si é a consciência do sujeito dependente do outro, sem liberdade. Consciência para si, ou por si mesma, é a consciência do sujeito independente, sem a ideologia do outro, aperfeiçoada.

Materialismo histórico marxista é uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade que procura as causas de desenvolvimentos e mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos produzem coletivamente as necessidades da vida. As classes sociais e a relação entre elas, além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade, seriam fundamentadas em sua atividade econômica.

Para Hegel, os homens vivem como pensam, e para Marx,eles pensam como vivem.

 

1.3.3 Terceiro Problema:

 

Explicar cientificamente as diferenças sociais, classificá-las e ordenar em um contínuo racionalmente estabelecido é o questionamento é que dá origem às teorias sobre “povos” e “raças” que foram descobertos ao longo da colonização, e descritos em crônicas de viagens, de climas e da natureza.

Herbert Spencer e Augusto Comte, ambos do século XIX foram fundamentais para definir a questão da ordenação das diferenças sociais. Spencer adere a uma teoria de linha evolutiva; Comte, uma lei do progresso, ou de sucessão de três estágios.

Spencer admitia similaridade entre natureza e sociedade humanas, ambas apresentando um percurso evolutivo do simples para o complexo, do homogêneo para o heterogêneo, traçando uma linha evolutiva: das hordas primitivas para as sociedades mais simples, baseadas na força das armas (sociedades militares), até a sociedade industrial, cuja coesão social baseava-se em um contrato voluntário entre seus membros. Em função dessa voluntariedade do contrato, Spencer considerava o sistema liberal como o mais adequado para manter a liberdade e a ordem social. Para ele ainda, o processo evolutivo é ao mesmo tempo interno (das consciências, da motivação dos homens, da boa vontade), como externo (uma força que está presente na natureza, embora não se possa estudá-la, por si mesma). A determinação das pessoas em superar as dificuldades, principalmente a guerra, seriam condições básicas para esse processo evolutivo, que ele identifica como Progresso.

A semelhança entre a ideia evolucionista de Spencer e a de Darwin para a natureza sugeriria um intercâmbio entre eles, porém isso não ocorreu. Embora Spencer seja considerado o “pai” do Darwinismo social, sua obra antecede à publicação de Darwin, mas é perfeitamente possível  a comparação entre eles dada a semelhança de suas ideias.

 

1.3.4 Quarto Problema

 

Esse problema está relacionado a natureza científica, já que o pesquisador ou cientista está sempre envolvido na pesquisa em questão. Esse processo tende a mostrar a falácia da pesquisa.

A objetividade não é garantida pelos procedimentos, mas pela postura ética do pesquisador na concepção, e aplicada aos instrumentos de pesquisa adequada e coerente com o objeto.

As ciências sócias  podem e se utilizam de vários recursos como estatísticas utilizadas em outras ciências, mas isso não garante a coerência dos resultados, caso os instrumentos não sejam adequados, os resultados podem ser preconceituosos.

Não podemos considerar ciências humanas e sociais como menores, já que demonstram o desconhecimento de saber além de séria carência de conhecimento de história e filosofia da ciência e da própria tomado como parâmetro da objetividade.

Por tanto, considerar ciências humanas como menos objetivas seria falta de conhecimento.

 

1.3.5 O Quinto problema

 

Os iluministas, governos e planejadores se preocuparam com a possibilidade da ciência encontrar um denominador comum a todos, estabelecendo cientificamente uma ordem social. Faz-se necessário uma observação que nem a filosofia e a ciência têm o propósito de manter a ordem social. Pois isso acontece em governos autoritários e em ditaduras com normas igualmente autoritárias, como por exemplo no Nazismo de Hitler com as Leis Nuremberg e a Ditadura Militar Brasileira com os Atos Institucionais e a Lei de Segurança Nacional.

Segundo sociólogo Weber, em sua obra teria uma possibilidade desse denominador comum com a  possível  intervenção planejada, racional e burocrática para atingir níveis superiores de se obter eficiência dos serviços públicos, com políticas públicas. E tais políticas devem ser acompanhadas de instruções e disposições legais e financeiras (impostos, taxas, multas e outros) sempre com a aprovação do poder legislativo.

A ideia de uma ordem social geral comum a todos sempre foi almejada pelos colonizadores e os impérios. E hoje ainda há esse desejo na sociedade globalizada. Porém se o denominador comum considerado é o consumo de bens, a renda dos possíveis consumidores restabelece a diferença entre segmentos sociais e entre os países. Embora as “teorias” de Marketing sejam sempre colocadas como explicações para orientar comportamento social, que interessa é o consumo, elas não abrangem a complexidade do capitalismo financeiro contemporâneo.

 

Parte II As principais contribuições do pensamento sociológico clássico

  1. Augusto Comte (1798-1857)

Auguste Comte foi o inventor da palavra Sociologia e a definiu como ciência. Também fundou o Positivismo, filosofia que teve influência dominante nos primeiros momentos daquela ciência.

Merece destaque no modo de pensar comteano a ideia de que há uma evolução das ciências ao longo do tempo de modo que as mais complexas surgem “absorvendo” as antecedentes, estabelecendo-se assim, uma hierarquia entre elas. Da mais simples à superior, Comte entendia que fossem: Matemática; Astronomia; Física; Química; e Biologia. Estas ciências seriam inevitavelmente superadas pela Sociologia, ciência nova e superior que abrangeria todas as anteriores, a “rainha das ciências”, “ciência da humanidade”.

O fenômeno social teria um aspecto estático e um dinâmico, à semelhança da ciências da natureza, como a Anatomia e Fisiologia no âmbito da Biologia. O próprio dualismo ‘ordem e progresso’ do Positivismo é consoante com essa visão.

O aspecto estático da sociedade estaria ligado à ordem social e o que preserva esta ordem. Elaborar-se-ia uma teoria positiva da sociedade, regulada por leis.

A dinâmica social é compreendida como o conjunto de leis naturais que respondem pela “evolução” da sociedade humana. Aqui reside a “lei dos três estágios” proposta por Comte em seu “Curso de Filosofia Positiva”.

A “lei dos três estágios” consiste no entendimento de que, nos esforços para explicar os fenômenos, a humanidade apresenta três estágios, que vão do mais  “primitivo” ao mais “avançado” e definitivo. São estes o estágio teológico; o metafísico; e o positivo. O primeiro caracteriza-se pela explicação baseada no sobrenatural, em divindades, subdividindo-se em animista, politeísta e monoteísta. No segundo estágio, conforme Comte, a explicação é fundada em conceitos abstratos e impessoais, e teria como exemplo as ideias iluministas implantadas pela Revolução Francesa, sendo uma espécie de metáfora do primeiro estágio. Já o último e definitivo estágio, o da positividade, apresenta como fundamento a observação, experimentação e comparação, o uso exclusivo do método científico.

É interessante observar que, no campo jurídico, o Positivismo é antagônico, por exemplo, aos Direitos Humanos, oriundos do Naturalismo Jurídico, sendo, pela “lei dos três estágios”, enquadrados no estágio metafísico. É uma manifestação do conflito “Direito Natural versus Direito Positivo”, “Jusnaturalismo versus Juspositivismo”.

Por fim, é notório que a filosofia positivista é marcadamente conservadora, centrada na preservação da ordem social.

Apesar de conservador, Comte reconhecia que a França estava passando por uma crise, evidenciada pela miséria em que vivia a população trabalhadora francesa de seu tempo.

Para ele a crise que a França estava passando era em decorrência do conflito entre a antiga ordem e a nova ordem.

Trata-se da manifestação de um longo processo iniciado no século XVI, com o “aparecimento de duas novas forças, a força industrial e a força científica, as quais desde a origem, e em virtude dessa própria origem, ficaram impregnadas para sempre do duplo caráter antagonista da antiga ordem política e de elementos de uma nova ordem”.

Comte via que o Positivismo, como expressão de uma “política científica”, seria o único movimento (e partido) capaz de conduzir a uma saída da situação social de crise, que, para ele, era de ordem moral, e não somente material.

O Positivismo seria um partido construtor de “uma política moderna, capaz de satisfazer aos pobres, tranquilizando os ricos”. Sob a proposta de “modernização e racionalidade” se situa o caráter conservador, e até certo ponto autoritário do Positivismo, e presente na concepção de Progresso.

As ideias positivistas tiveram grande influência no Brasil, especialmente entre militares e segmentos das elites “progressistas”. Deve-se a essa tendência a frase “Ordem e Progresso” presente na bandeira brasileira. Aparentemente a frase se refere às expectativas de toda a sociedade brasileira à época republicana, contudo, o sentido da “ordem” serviria exatamente para manter os privilégios em uma sociedade oligárquica, e ao “progresso” seriam atribuídas todas as medidas que favoreciam a agricultura de exportação e os interesses do capital internacional. Essa “ordem e progresso” também apareceu como “justificativa” das medidas de exceção e dos golpes militares.

O Progresso, para Comte, “é a direção necessária do conjunto total da evolução humana”. Ele reconhecia que esse progresso ocorria de maneiras diferentes nos vários países, “resultante de condições naturais, relacionadas, de um lado, ao organismo humano, e de outro ao meio em que se desenvolve”. Essas variações resultavam principalmente de três fatores: “1º) da raça, 2º) do clima, 3º) da ação política propriamente dita, considerada em toda sua extensão científica”.

Foi à ação política que Comte dedicou parte substancial de sua vida, na divulgação do Positivismo. Comte criou conceitos centrais à sociologia, tais como estratificação social, mobilidade, opinião pública, consciência social, dentre outros.

A postura “científica” de Comte, supostamente neutra, não o é, absolutamente, pois ele adjetiva comportamentos, estabelece hierarquias, e por fim, faz uma apreciação positivista da realidade.

Do ponto de vista teórico, as “leis naturais” que sustentavam sua abordagem foram invalidadas pela pesquisa, mas no campo da investigação sociológica, foi preservada a preocupação comteana com “os fatos observados”. Nessa direção, da observação empírica e do estabelecimento de relações comprováveis entre fatos, que o pensamento de Comte se projetou na obra de Durkheim e de muitos dos sociólogos empiristas posteriores.  

 

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