Resposta das perguntas enviadas como material complementar:
1. Discorra sobre a mentalidade globalizante.
A mentalidade globalizante é constitutiva da própria formação da humanidade. Constitui portanto parte da memória coletiva do homem que, por sua vez, vem a ser a memoria ancestral da humanidade. Isso implica dizer que todos nascemos com essa mentalidade.
2. Por que dizemos que a mentalidade globalizante é fundadora da humanidade?
Quando o homem se percebe diferente dos animais, também se percebe vulnerável e frágil, portanto tem a necessidade de exercer o seu poder e domínio. Ele o faz por experiências próprias, quando adoecem por exemplo, se percebe com menos possibilidades de se recuperar. Ele se conscientiza de que sua sobrevivência está em risco. E se percebe com a necessidade de se proteger. Ele estava em uma relação com os outros animais de caça caçador, mas ele era a caça. E como isso esta ligado a sobrevivência, isso é muito latente, é um instinto muito forte. E ele se coloca a condição de ser mais forte para sobreviver.
A medida que se desenvolve, evolui, faz instrumentos, armas… ele vai conquistando uma melhor condição. Ele consegue se impor sobre os pares e os demais animais, começa assim a olhar os seus pares e se percebe diferente. Ele observa que alguns dos membros do grupo parecem ter mais poder de aconselhamento, orientação… são consultados e interferem quando tem algum conflito e são respeitados.
3. Explique a mentalidade acumulativa.
O homem começa a ver que esse lugar não é só para a sobrevivência, mas é para o prestigio. São pessoas mais admiradas, aceitas e amadas. E começa a atribuir esse lugar as coisas que eles possuem. São pessoas mais velhas e mais experientes, mas o que se vê são as posses dessas pessoas. E assim se forma uma mentalidade acumulativa.
e assim ele esta buscando o poder por uma mentalidade acumulativa, querer sempre mais, alem do que é necessário para a sua sobrevivência. E assim muitas coisas passam a ter um valor signo, não só um valor de uso. Eu preciso matar um animal de grande porte pois preciso da pele para me proteger do frio, mas só preciso de uma… mais que uma já é valor signo.. representa esse prestígio.
4. Qual é a primeira fase da Globalização?
a primeira fase da globalização é o expansionismo marítimo. Não se pode dizer que a globalização começa aqui, seria peremptório, pois houve grandes impérios antes.
5. Comprove a mentalidade globalizante do homem na Antiguidade.
Tivemos o império grego, império Romano. Este saiu muito dos seus domínios.. e isso foi uma das razões da impossibilidade de governá-lo. O homem quer os domínios do outro. Thomas Hobbes nos diz : o homem não é altruísta, mas sim possessivo, agressivo, luxurioso e capaz de qualquer coisa para quem esta em seu caminho. O Homem é o lobo do Homem. E a origem do estado seria de intervir nas relações entre vencedores e vencidos. Após a guerra os homens não paravam.. continuavam a guerrear constantemente e é por isso que, se o estado não interviesse, haveria uma guerra de todos contra todos e os homens acabariam todos mortos..
6. Como podemos identificar a Igreja na esfera da Globalização?
Igreja católica, embora haja voto de pobreza e seus deveres para com Deus, mas de fato era uma das instituições que mais tinham posses. Havia na idade média a crença que só deus poderia explicar as coisas. Tudo o que não se explicasse pela igreja, seria o que Deus não quer que saibamos. E isso impõe o domínio secular, o domínio da igreja por séculos. E há o domínio da igreja até na monarquia, pois dominava os reis. Era a maior autoridade da época.
Esse domínio da igreja se fortalece principalmente pela historia de Jesus Cristo. A morte de Jesus por escolha dos homens coloca a humanidade me constante culpa, que se torna refém. OS homens escolheram libertar o bandido e crucificar o filho de Deus.
7. Quais os pilares que sustentaram o domínio da Igreja como dominante durante
séculos?
Desse modo há 4 pilares fortalecedores para a sua dominação.
A) Igreja é a porta voz de Deus, só se chega a Deus pela Igreja. É uma fala de Jesus que a igreja toma para si. Só a igreja pode interpretar os textos sagrados, dizer o que é pecado e qual a penitência.
B) Igreja fomenta o pensamento determinista. O determinismo impõe uma submissão, uma aceitação da realidade e uma passividade e conformismo em relação ao seu destino que está traçado por Deus e não se pode mudar. O homem, com mentalidade globalizante e que quer o poder, entra em conflito. Aceitar o pensamento determinista implica em não lutar para alterar a realidade e aceitar a sua posição. Se você é nobre ou aristocrata, tudo bem, mas se você nasceu fora da nobreza, teria que aceitar-se pobre e sem posses. É a sociedade estamental, nada muda. O que é muito confortável para os dominantes.
C) A Igreja tem condição de levar os homens para entender que aquele que se levantasse contra a igreja estaria cometendo heresia, questionar a igreja é questionar Deus. A igreja define que esta pessoa estaria tomada pelo demônio, pois ao longo da historia da formação do mundo, este que tentou perseguir Deus e tomar-lhe o poder. E assim essa pessoa esta se levantando contra Deus pois esta tomada pelo demônio, portanto passível de julgamento pelo tribunal de inquisição da Santa fé. Condenada a fogueira, acreditavam que ao queimar o corpo, isso libertaria sua alma. Mas isso não se limitou a questão de contestação da igreja, mas sim outros critérios. As mulheres que tinham muito filhos, criavam formulas com ervas medicinais e usavam para determinados fins curativos. E a igreja tinha como critério que isso era bruxaria e estava ligado ao demônio. Galileu disse que dois pesos atirados de uma certa altura chegavam juntos, o que contrariava Aristóteles, que dizia que o mais pesado chegava primeiro. E Galileu teve que voltar a trás para evitar a inquisição.
D) A igreja tinha força militar através das cruzadas – A igreja participava das navegações, sobre a desculpa de levar Deus para os homens sem fé. Catequização. E aqueles que não aceitassem, eram entendidos como tomadas pelo demônio e deveriam morrer. A Igreja se tornou o maior tribunal de pena de morte do mundo. João Paulo II, o papa, pediu perdão a humanidade pelas atrocidades que a igreja cometeu durante a história.
A Igreja começou a sofrer alguns questionamentos, como o que ocorreu pelo rei da Inglaterra Henrique VIII da dinastia Tudor. Um papa resolveu impor o tratado de Tordesilhas para resolver a questão entre a Espanha e Portugal. Tinha já conflito de interesse, pois os sobrinhos do papa eram espanhóis, mas a escolha era tido como vontade de Deus. Mesmo sendo rei poderia se enquadrar na condição de herege, por isso a Igreja estava acima da nobreza.
O rei Henrique VIII pediu ao papa via carta que permitisse o seu divórcio com a rainha, pois queria viver ao lado de outra mulher, o seu verdadeiro amor. O papa negou.
O rei Henrique VIII decidiu romper com a igreja, e fundar sua própria ordem, a igreja anglicana. O rei se tornou o papa da igreja anglicana. E como ele se tornou papa, ele não se rompeu com Deus.. não era herege.
Esta igreja, a anglicana, é muito luxuosa. Ela não tem santos, mas sim tem imagens dos papas que foram os reis da Inglaterra. Ela tem o culto fechado. Alguns grupos exigia abrir o culto para todos, mas era uma igreja voltada ao rei e a nobreza. Um desses grupos rompeu com a igreja anglicana e se denominaram puritanos. E como na Inglaterra não era permitido outro culto religioso, os puritanos não eram bem vindos e foram para a Holanda, e depois aos EUA.
A rainha Isabel pediu para seu amante pirata que fosse ver as características daquela nova terra, a América. Pois os navios espanhóis saqueados pelos piratas era muito ricos… esse pirata fundou a primeira colônia inglesa Virgínia, em homenagem a rainha, que era chamada de rainha virgem, a sua amante. A virgindade era associada ao casamento e a rainha era solteira e sem filhos.
E assim embarcações que foram para a América era formada por puritanos, em especial o navio
May Flower, com intenção de povoamento. Eles eram praticamente colonos expulsos da Inglaterra, devido a sua fé. Primeiro tentaram viver na Holanda que permitia professar diversas religiões, mas ali não se sentiam bem, pois não podiam chamar aquela terra de sua. Descendentes do povo celta, os ingleses queriam o seu espaço e a América era a possibilidade de construir uma nova pátria, em 1620. Uma espécie de nova Canaã para eles.
Essa é a versão mais romântica, junto com esses homens havia condenados, perseguidos políticos e prostitutas. Personas non gratas na Inglaterra. Era um sentimento de rejeição pela própria pátria. E esse sentimento de rejeição que lhes move a enfrentar uma viagem como aquela e romper com a pátria mãe, pois foi a própria pátria que não os quis. Foi a pátria que os rejeitou.
8. Caracterize a diferença crucial entre expedição de exploração versus a expedição de povoamento ou assentamento.
Pensar em fundar uma nova pátria, impossibilita a ideia de tomar bens para levar a pátria mãe. O intuito era assentar, ficar ali. Era em oposição a colonização de exploração. Na relação entre Portugal e Brasil, os portugueses estavam a serviço de Portugal, enquanto os ingleses que foram para a América estava a serviço de si próprio. Os portugueses mandavam a riqueza para Portugal, mas os ingleses não mandavam nada..
países conquistados – EUA
países descobertos – Brasil
países invadidos – Europa.
as invasões na Europa fortalecem os Europeus… eles mostram com orgulho as igrejas com características dos mouros, pois resultam da cultura daquela invasão… etc…
Inglaterra tem Chelsea, única muralha inteira.. mostra a luta para que não se invadisse. Na cidade de York, as muralhas são fragmentadas… e eles eram bons pois invadiam, mas eram bons pois expulsavam os invasores…
No Brasil é exploração e EUA é assentamento.
Os portugueses vieram a serviço de Portugal, sem romper com a pátria mãe, já nos Eua há rompimento em relação a Inglaterra. Não estavam a serviço da Inglaterra. 1620 chegaram em novembro e fundaram New York, Mova York, pois a velha York ficou para trás, na Inglaterra.
No Brasil é exploração, por isso desconstroem qualquer estrutura social que existisse ali. Desvalorizam a cultura local e impõe a cultura de Portugal. No EUA a ideia é valorizar a nova terra, se definir como pioneiros. O índio americano era definido pelos europeus como selvagens, mas o indico brasileiro era indolente e preguiçoso.
Brasil supervaloriza o estrangeiro e o EUA vê o estrangeiro como inimigo. EUA só gosta de estrangeiro que vai para lá construir a América. Fazer a América. Odeia quem vem só para se enriquecer e voltar.
Para os EUA o território é espaço de sentido. Para os brasileiro é um espaço geográfico.
A revolução industrial expande domínios. Exige transporte… E isso começa na Inglaterra. Lá eles tem muito minério de ferro e ali desenvolvem as ferrovias. E poderiam assim ter mais rapidez no encaminhamento dos produtos. Vejam que a possibilidade da revolução industrial não vem sozinha ela precisa que o homem confirme isso, que Deus tinha estabelecido assim.
O protestantismo rompeu com a igreja católica e só tinha o dizimo como fonte de financiamento, pois os bens todos ficaram com a católica. Calvino diz que o homem pode enriquecer. A memória coletiva de acumulação que por séculos tinha sido reprimida foi ativada naquele momento. Enriquecer pode, se for por meios lícitos e se continuasse o homem a servir a Deus.. quanto mais rico o homem, mais aumentava o dízimo..
quando disseram aos homens, você pode enriquecer, houve uma corrida para isso. Os homens saíram desesperados para isso. Quem tinha os meios de produção explorava os que não tinham. Não havia nenhuma restrição, exploravam idosos, crianças, gestantes.. sem nenhuma estrutura sanitária ou ventilação. Não havia repouso… nada… Muita gente ganhou dinheiro, mas as custas dos que nada tinham.
Karl Marx analisou a exploração dos patrões, detentores do meio de produção, sobre os proletários detentores da força de trabalho. E definiu a mais valia, diferença da venda pelo custo, que incluía os salários dos empregados. Os empregados nunca tinham acesso a essa mais valia e ficavam toda na forma de lucro aos donos do capital.
Hoje é diferente, há empresas que dão participação dos lucros. Os patrões excluíam os empregados do lucro. E mesmo porque sem o empregado não há o produto. O empregado estava como se fosse um objeto.
A revolução industrial teve um avanço fantástico, com fases etc… chegou tardiamente no Brasil, pois ela implica em uma relação salarial, mas a mão de obra era escrava. E mesmo libertados, os escravos gastavam o que ganhavam em dividas com o próprio senhor da fazenda, em uma condição análoga a escravidão.
9. Explique as características de Brasil x EUA
9.1. Brasil: colonização de exploração X EUA: colonização de povoamento ou de assentamento
9.2. Brasil: colonizadores portugueses não rompem com a pátria (Portugal), não fundam uma nova pátria na nova terra (Brasil), viram a serviço da pátria (Portugal) EUA: colonizadores rompem com a pátria (Grã-Bretanha), fundam uma nova pátria na nova terra (América), não estavam a serviço da Grã-Bretanha.
9.3. Brasil: colonizadores portugueses vieram para explorar, logo, desconstroem a nova terra (Brasil), desvalorizam a nova terra, bem como o sujeito que nela encontram (índio). Como sempre estiveram a serviço da pátria (Portugal), nunca desenvolveram um sentimento de pertencimento com a nova terra (Brasil), o que não os levou a definirem-se como sujeito brasileiro. O fato de os colonizadores português não se definirem como sujeito da nova terra não gerou o sentimento de patriotismo, tampouco o de nacionalismo.
EUA: colonizadores ingleses não foram para América a serviço da pátria inglesa. Ao contrário, buscavam fundar uma nova pátria. Isso se comprova pela denominação dada à colônia fundada em 1620 – Nova Inglaterra. Nunca desvalorizaram a nova terra, tampouco o sujeito índio, o classificaram como selvagem e se definiram como pioneiros, o que significa os primeiros. Ao definirem os índios como selvagens, significavam-se heróis por enfrentarem condições adversas para conquistar a nova terra. Orgulhavam-se de suas conquistas o que os levaram se estabelecer um sentimento de pertencimento com a nova terra, o que acabou gerando o sentimento de patriotismo e, consequentemente de nacionalismo.
Brasil: super valoriza o estrangeiro porque o vê como modelo de civilização
EUA: não gosta do estrangeiro porque o vê como inimigo. Xenofobia.