Ciências Sociais – resumo da apresentação dos alunos – até a pág 13

                                Resumo Professor Osório enviado por Alexsandra, que apresentou a classe em 4 de novembro:

 

Texto 2:  As principais contribuições do pensamento sociológico clássico.

Apresentação: O Texto situa a sociologia no âmbito das tendências de Constituição da ciência moderna. Trata de autores considerados clássicos e suas respectivas contribuições. A Parte 1 do texto deve ser analisada como se fosse uma história ou da trajetória da formação da sociologia. Veremos que a sociologia decorreu de questões complexas emergentes no convívio social na Europa do Século XIX, no contexto da industrialização.

O texto apresenta a contribuição dos autores como: Augusto Comte, Durkheim, Welber e Marx, no aparecimento da sociologia e no seu desenvolvimento presentes na sociedade burguesa.

Na Parte 1 do texto veremos 5 problemas concretos do pensamento científico sobre o social que enfrentou entre o século XVIII e final do século XIX.

Na parte 2 do texto teremos a contribuição dos autores citados acima, lembrado que Max que não era sociólogo.

Parte 1 a formação de uma ciência do Social, sociologia. 

De acordo com a citação de que a Sociologia é uma ciência do Social, surgem algumas indagações sobre o que vem a ser ciência? O que vem a ser o social?

Começamos pela formação de um modo especial, desvendar os segredos da natureza e do mundo e possivelmente interferir na natureza e no mundo com certo grau de sucesso, chamando esse modo especial de ciência, e segue em paralelo ao conhecimento cotidiano, ou de senso comum.

A ciência chamada sociologia, foi sendo construída ao longo do tempo a partir de questões teóricas, respondendo às situações emergentes na vida social.

Senso comum trata-se de uma modalidade de conhecimento ou entendimento da vida social e da natureza. Aos quais se mantêm ao longo de gerações, integra a tradição cultural mantém vínculos com o mito com a religião e também com uma política especialmente no âmbito ideológico, de que o senso comum expressou uma concepção de mundo.

A partir do Iluminismo no século XVIII e XIX em diante o pensamento racional foi conquistando corações e mentes como forma de entender o mundo.

Três importantes modalidades do conhecimento instauradas na vida cotidiana e profissional contemporânea, O Conhecimento Científico, Senso Comum e Conhecimento Prático aplicado, tem constituição histórica, aparecem articuladas, entram nas posições, dispersões, combinações nem sempre verdadeiras compondo dispositivo de entendimento do mundo, da sociedade e do outro.

O conhecimento científico herdeiro do Iluminismo, o esclarecimento, instaura um sujeito racional na relação de conhecimento de algo situado como seu objeto.

A crença no Poder da razão e da ciência levou a crença de que o conhecimento conduziria ao progresso da sociedade, a uma vida mais digna e em liberdade, porém o Nazismo veio mostrar que nem sempre a ciência conduz a esses objetivos.

O Aparecimento da Sociologia: As Heranças.  

Veremos que nesta herança de constituição da ciência, três nomes são fundamentais, Bacon, Newton e Descartes. É importante acentuar que a as contribuições desses autores estão presentes até hoje em diversas áreas. Exemplos: Um quadro de rendimento escolar associado às faltas dos alunos foi possível pela contribuição de Descartes.

Os experimentos de Psicologia tem forte influência da indução Baconiana.

Enquanto o tratamento estatístico dos resultados se apoia na matemática de Newton. Esses autores formam a base da ciência moderna, o método de indução sistemática em Bacon, a matemática como recurso para desvendar o universo e movimento de Newton e o racionalismo de Descartes.

Outra Herança da sociologia vinha do liberalismo econômico e político, especialmente de Adam Smith e David hume, dois autores do século XVIII, ambos favoráveis ao mercantilismo ou capitalismo comercial na formação da Riqueza das Nações.

Você deve estar pensando, mas o que tem haver o pensamento burguês com a sociologia? Tudo! A sociologia é uma ciência burguesa no sentido que ela surgiu do pensamento Burguês, e surgiu no momento em que a burguesia já detinha poder, como por exemplo: as Revoluções Inglesas e Francesas e em meio da revolução industrial. Todas essas revoluções têm a “mão” da burguesia, são adequadas aos seus objetivos econômicos, políticos desde que dentro de uma dada ordem social.

Autores básicos do pensamento moderno e fundamentais a ciência moderna:

Adam Smith: liberalismo econômico.

Locke: Empirismo e Liberalismo político.

David Hume: Empirismo radical, fundamental as ciências…

A base do pensamento burguês foi construída sobre duas tendências, o Iluminismo, representando na concepção do homem como ser racional, apto a desvendar os segredos da natureza, da sociedade e assim controlar a política e o Estado, o liberalismo representado pela iniciativa privada na economia, na condução dos negócios e nas relações entre governo e setor privado.

Essas diferenças se mostravam tanto na sociedade europeia, com a revolução industrial, quanto entre os países europeus e suas colônias, o aparecimento de uma modalidade de reflexão que toma “o social” como centro de indagação, tendo por objetivo entender e instaurar certos controles sobre a ordem social.

 

Existindo confiança na razão e na ciência, estabelecidas desde o século XVIII, se colocavam questões ao longo do século XIX. Pode se dizer que essas questões envolviam cinco problemas:

1º Problema: A sociedade se apresentava diferenciada na cultura, na língua, forma de agir, viver e pensar, desta forma, como aplicar regras gerais universal a todos

Nesta questão há duas tendências: pela observação empírica (conhecimento adquirido, durante a vida sem métodos científicos) constatava se a diferença, mas apelando ao racionalismo eram buscadas hipóteses que permitiam classificar e explicar essas diferenças de forma mais cientifica.

Mas no final do século XVIII, o idealismo kantiano veio ajudar nesta questão, a partir daí a construção da ciência se daria a partir de uma razão critica das logicas juntamente com a observação empírica. A lógica da razão cuidaria das ações de ética e moral.

No idealismo kantiano se dariam duas ações fundamentais para a criação da ciência que são: descrever e explicar, que é essencial para explicar a diferença entre os fenômenos da natureza e as ações individuais e em sociedade. A ciência se ocuparia do 1º grupo (individual), e a moral do 2º grupo (sociedade).

                               Ciência                                                            moral e ética          

 

 

Individual                                                              sociedade

Boa parte dos estudos de hoje tem base kantiana. A ciência é possível porque se ocupa da existência dos fenômenos, aqueles que podem ser submetidos ao processo de investigação, com isso a realidade será aquela que se apresenta na mente humana de forma logica e racional.

A filosofia de Kant era denominada por ele de transcendental, abrange o campo de investigação para o desenvolvimento da ciência, ele acreditava que se todos agissem da mesma forma, essas ações poderiam se tornar uma lei universal.

 

2º Problema: A vida social é histórica, e tempo é fundamental para explicar o passado, mas, e para controlar e prever a direção do futuro, como prever a mudança histórica em uma sociedade?

 

Com a utilização da matemática em partes essa questão estava resolvida, com uso do quadro cartesiano, funções matemáticas, ideias estimativas e outros instrumentos mais complexos que foram muito usados pelos filósofos SMITH, TURGOUT, MALTHUS, RICARDO, entre outros.

Mas ainda precisava ser entendido o sentido do desenvolvimento da sociedade, quais as mudanças que estavam sendo promovidas e quais fatores atuantes, denominados de “força atuante”.

Se instalavam no século XIX duas tendências teóricas e filosóficas do idealismo hegeliano e marxismo, ambos influenciam diretamente na construção das ciências sociais e humanas.

Hegeliano– é uma versão idealista que vem de Hegel, baseada nas ideias.

Marxista– vem de Marx, é uma versão materialista, baseadas nas condições concretas do cotidiano.

Para Hegel os homens vivem como pensam. Para Marx os homens pensam como vivem.

Para Hegel a concepção de história é uma dialética dotada de sentidos, uma dialética idealista “a consciência do homem caminha para o aperfeiçoamento e liberdade, independentemente de estarem ou não submetidos as condições de privação de direito”. Hegel acreditava que a relação entre o senhor e escravo ilustra a concepção dialética e expõe os conceitos de “consciência em si” e “consciência para si”. Trata se de uma dependência que uma pessoa tem em outra. O escravo não precisa do seu dono para ser inserido no mundo cotidiano, mas acredita precisar dele para permanecer vivo, o senhor precisa do escravo para se prover de tudo o que o escravo tem a lhe oferecer com seu trabalho, desta forma o dono se torna dependente do trabalho do escravo. Consequentemente é o escravo que pode tomar consciência para si e se libertar, quando ele entender que não precisa do dono para viver ele se liberta.

Marx era economista e quando jovem pertenceu ao grupo de estudo de Hegel, mas era contra as ideias hegelianas. Marx tinha uma concepção materialista da história, as concepções para Hegel e Marx não são totalmente opostas, pois há elementos comuns entre elas, e isso fica claro na leitura de Arthur Giannotti (1985). As conclusões de Marx eram totalmente empíricas, baseadas num estado crítico feito por ele da economia política.

 

3º Problema: Se as sociedades se apresentam diversas, haveria um princípio ordenador dessa diversidade, leis sociais ou estágios que explicariam as diferenças.

Dois verbos seriam fundamentais a atividade cientifica: classificar e ordenar.

Ao longo da colonização foram descobertos a origem das teorias de povos e raças descrito pelos hábitos dos habitantes, os europeus ficaram curiosos e logo depois se desenvolve a teoria do bom selvagem (homem puro).

Na visão eurocêntrica (visão da Europa) do mundo diferente era o povo não civilizado, ou seja, o povo não europeu, essa classificação e ordenação de aspectos culturais e de povos ou entre primitivos e civilizados, superior e inferior e elementar e complexo.

Ordenação: dois autores influenciam no séc. XIX (19) Herbert Spencer e Auguste Comte. Em ambos encontram a base do simples ao complexo, em Spencer uma linha evolutiva, em Comte uma lei do progresso.

Spencer: filosofo, precursor das ciências sociais e da psicologia, admitia similaridade entre natureza e sociedade humana em um percurso evolutivo do simples para o complexo, do homogêneo para o heterogêneo assim traçando uma linha evolutiva do primitivo para uma sociedade mais simples com base nas forças armadas (sociedade militares) até a sociedade industrial sendo a coesão visual um contrato voluntario entre os membros, sendo um contrato voluntario o sistema seria liberal sendo o mais adequado para manter a liberdade e a ordem.

Existe uma semelhança entre a noção de evolução em Spencer e Darwin porem as obras de Spencer se apresentam anterior as de Darwin, Spencer seria o pai do darwinismo social.

Comte: fundador do positivismo e inventor da palavra sociologia, para ele a realidade social é passível de conhecimento, para Comte para atingir uma finalidade seria necessário usar o método do positivismo.

Sociologia: uma ciência que tem como objetivo os fenômenos sociais e explicar o desenvolvimento das espécies, na perspectiva positivista de Comte deve se conhecer a realidade para melhora lá e isso expressa a ambição dele para a nova ciência chamada sociologia.

Positivismo (Comte) X Darwinismo social (Spencer)

Estão relacionadas ao desenvolvimento das ciências biológicas, iluminismo, empirismo e evolucionismo, essas ideias são contrarias ao idealismo de Kant e Hegel, pois para eles existe a dinâmica da vida biológica e a dinâmica social. A tendência do positivismo trazia preocupação com o controle social, portanto com a aplicação dos conhecimentos a problemas práticos ex: vacinas, saneamentos organização do espaço urbano e sendo que essas medidas poderiam ser tomadas pela propriedade privada e Estado, com a finalidade de manter a ordem e promover o progresso, o pensamento positivismo de Comte influenciou e temos na nossa bandeira as palavras ordem e progresso como sistema positivo a ser seguido.

 

4º Problema: Se o pesquisador ou cientista social se insere na sociedade que investiga, nos problemas e nas questões que investiga, ele não contaminaria a pureza das ciências, esse fato não tornaria as ciências humanas e sociais ciências menos objetivas, ciências menores?

O pesquisador investigador não pode se envolver no meio, pois estaria influenciando com sua presença no comportamento dos outros. O cientificismo não é uma garantia de verdade absoluta nas ciências sociais e humanas, pois as sociedades são históricas que dependem de práticas sociais, dinâmicas e interesses emergentes, envolve a comunicação. Considerar as ciências sociais e humanas como menores demostra desconhecimento desse campo e carência do conhecimento filosófico da ciência.

 

5º Problema:  Se em uma mesma sociedade, há diferentes modos de viver, interesses distintos, contradições entre eles, seria possível a ciência encontrar um denominador comum a todos, e estabelecer cientificamente uma ordem social?

Nesse problema se preocuparão os iluministas, governos e planejadores, o controle social, a manutenção da ordem social entre outros.

A ciência e a filosofia não têm o propósito de manter a ordem social, exceto em casos do governo ser autoritário, ditaduras, sendo acompanhadas pelo direito e suas normas autoritárias ex: nazismo, ditadura militar brasileira.

Em tempo de normalidade democrática as ciências sociais são aplicadas por meio de planejamento (weber era sociólogo e trouxe isso em sua obra uma possibilidade de intervenção planejada, racional e burocrática)

O poder legislativo tem que aprovar possíveis implantações ex: impostos, taxas, multas etc), pois as políticas públicas como a educação inclusiva, desenvolvimento econômico, distribuição de renda são objetivos comum em uma sociedade e consequentemente implica a ordem social no capitalismo.

Enfim, a ideia de ordem social geral sempre foi gosto dos colonizadores e dos impérios de modo geral, hoje a sociedade é globalizada pelos meios de comunicação e o denominador comum é o consumo de bens. O capitalismo financeiro contemporâneo e as teorias de marketing influenciam no comportamento social, por mais que tente diferenciar suas interpretações e práticas ela não abrange toda sua complexidade.

 

 

 

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