Proteção Penal ao Patrimônio Aula 02 20-02-2018

Patrimônio
em primeiro momento conceitua-se o patrimônio de forma material. Há outras formas de conceituar, como patrimônio moral, cultural.
Mas aqui entende-se toda e qualquer representação material de um bem.
O direito trata bem como sendo coisa. Isso exige que seja tangível. Esse mesmo conceito é a relação de fungibilidade. É aquela passível de transmissão, de disposição. É aquilo que se pode tocar e consequentemente transmitir e dispor. E assim se vincula ao conceito de direito civil de propriedade.
E é necessária essa conexão com o direito civil, pois propriedade se aproxima ao direito de posse. Eu posso ter a propriedade e não ter a posse. Por exemplo o dono de um imóvel que eu alugo. Tenho propriedade  mas não tenho a posse.
Nas relações de propriedade se protege não só o dono da coisa, mas também a detenção, a posse.
O que esta se protegendo é o direito de propriedade. Aquele que tem a posse, ainda que precária, tem a “propriedade” indireta tutelada como se seu patrimônio fosse.
O que vai trazer a diferença sobre os tipos penais, seja posse ou propriedade, coisa alheia… é o ato de voluntariedade.
O próprio direito civil, quando trata da propriedade, diz que dono é quem pode usar fruir e dispor. Mas essas ações dependem de voluntariedade. Quanto ao ato de disposição.
Não existe tutela penal especifica para dois atos de disposição. A doação. O direito penal não tutela ato referente a doação. E res delericta, coisa abandonada, o que não deixa de ser um ato de disposição, assim como a doação.
A res nullius não é de ninguém e é de todo mundo.. a areia da praia..
quando se for avaliar o tipo penal, por exemplo o furto ou o estelionato, ou apropriação indébita, temos que voltar no conceito de voluntariedade.
No furto, o verbo que integra o tipo, subtrair, significa retirar a coisa daquele que a detém. Essa subtração já nos deve conduzir uma ideia imediata, de que toda a subtração é clandestina. Surrupiar. Retirar de maneira clandestina.
A disposição da coisa é involuntária. Se eu quisesse dispor da coisa, eu abandonava ou doava.
No estelionato, a entrega da coisa é voluntária, entretanto é revestida pela fraude. A vitima acredita que a disposição é legítima.
Na apropriação indébita, a posse é legitima, mas aquele que é possuidor de forma legitima quer ser dono. Ele detém a posse, mas ele quer deixar de ser possuidor para ser dono.
Depois vamos nos aprofundar em cada tipo, mas o mais importante é entender a questão de voluntariedade.
A disposição no caso do roubo é expresso, mas é viciado pelo temor. A violência ( violência real), a grave ameaça ( violência ficta – medo de se tornar violência real) e ato que interfira na capacidade de resistir. Eu não transmito o patrimônio porque quero, mas o faço por que sou obrigado.
rapina. rapinar.
o STF e STJ já decidiu sobre a questão referente ao momento consumativo em relação aos crimes patrimoniais. Isso por conta da questão referente a tentativa.
Qual é a discussão em relação a tentativa? Logo após. Expressão simples mas que trouxe muita complexidade, por conta do chamado intercriminis.
Açao, resultado. Hoje o entendimento é que a consumaçao se dá a partir do momento que se efetiva a inversao da posse, mesmo que passageira. Mesmo que por breve instante, a vitima já nao pode dispor daquele bem.

HC 89389 / SP – SÃO PAULO; Relator(a): Min. ELLEN GRACIE
Julgamento: 27/05/2008; Órgão Julgador: Segunda Turma

Ementa: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO. PERSEGUIÇÃO POLICIAL. PRISÃO EM FLAGRANTE. HABEAS CORPUS. 1. Na apreciação do recurso especial, houve expressa menção à circunstância de que foi comprovada a divergência pretoriana nos moldes do art. 225, do Regimento Interno daquela Corte. 2. Houve a resolução da questão jurídica envolvendo o momento da consumação do crime de furto, e não nova análise sobre valoração de prova. 3. A norma contida no inciso II, do art. 14, do Código Penal, ao tratar da modalidade tentada, contempla um tipo de extensão, fazendo com que se amplie a figura típica de determinados comportamentos reputados criminosos para abranger situações fáticas não previstas expressamente no tipo penal. 4. A polêmica diz respeito à consumação (ou não) do furto, porquanto questiona-se se houve a efetiva subtração. A conduta da subtração de coisa alheia se aperfeiçoa no momento em que o sujeito ativo passa a ter a posse da res fora da esfera da vigilância da vítima. 5. A circunstância de ter havido perseguição policial após a subtração, com subseqüente prisão do agente do crime, não permite a configuração de eventual tentativa do crime contra o patrimônio, cuidando-se de crime consumado. 6. Ordem denegada. (grifo nosso)

 mais sobre isso clique  aqui.
posse mansa/ pacífica / não turbada
não existe mais a necessidade de que a posse seja mansa e pacífica, pois isso já está no exaurimento do inter criminis. Ocorre o crime quando a posse é perdida. Basta a vitima não ser mais a detentora, já se comete o crime.
patrimônio sempre se agrega a ideia de valor. Pode agregar o valor sentimental, não para fins quantitativos, mas para fins qualitativos.
Pois ele esta se tutelando é o patrimônio, desde que esse patrimônio tenha um valor sobre o prisma da representação material, pela denominada bagatela, que é diferente da insignificância.
Ontem a juíza diretora do DIP disse que insignificância não é um princípio, é uma tese acadêmica. Ela não é um princípio constitucional, muito pelo contrario, é uma afronta ao princípio constitucional, pois afronta o princípio da inafastabilidade da prestação jurisdicional e ao direito a propriedade.
qual o direito que o estado tem em dizer que o seu patrimônio é insignificante?
STF decidiu por não aplicar a tese da insignificância em relação aos crimes tributários e previdenciários. O mesmo estado que diz que seu patrimônio é insignificante, quando o patrimônio pertence ao estado, ele não diz mais que insignificante.
OBS: isso é ainda muito divergente. Veja princípio da insignificância em crime tributário aqui
Bagatela protege o valor mas quantifica esse valor. E ao contrário da insignificância, a bagatela possui uma recomendação legal, diferente da insignificância que é uma tese, uma construção doutrinária/jurisprudencial amplamente aplicada pelo STF inclusive ( noticia de hoje, celso melo absolveu rapaz que tentou furtar chinelo de 15 reais – principio da insignificância em sede de HC 137.517), apesar de não ter suporte legal, somente o suporte social.
O conselho nacional do MP fez uma tentativa de se resgatar a chamada politica criminal. Chamada não persecução penal. O ministério publico, por expressa disposição constitucional 129 CF, é o titular da ação penal. Não se utilizem da expressão “dominus lides” que em uma tradução grosseira diz que o MP é o dono da ação. Mas quem é dono pode dispor, mas o MP não pode dispor, por força constitucional, da ação… Por isso não é dono, mas sim o titular, no sentido de legitimado, para propor ação penal.
O acordo na não persecução implicaria em um ato de disposição prévio, não da ação, mas sim da iniciativa de não propor essa ação. Com base na admissão previa da culpa e reparação do dano por exemplo, isso parece bastante razoável, e leva em conta a economia processual.
Ninguém gosta de perder poder. Primeiro que se mexe com o poder da autoridade policial. Em segundo com o poder do judiciário
CPP Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê- la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
a não persecução penal implica em uma extensão ao art. 28 do cpp. Imagina 15 reais por chinelo que foi devolvido. Ou seja, seria do MP o critério para aplicar a insignificância e não o judiciário.
O legislativo teria que decidir matéria de processo. Estamos vendo o judiciário legislando, pois aplicar o principio da insignificância sem lei que o suporte é legislar, criar a própria lei.
E aqui se esbarra na questão de competência legislativa, não pode o conselho federal do MP legislar em matéria que compete a união federal.
Qual a ideia da não persecução? Seria criar um juiz de custodia, não que avaliasse a questão da prisão, mas sim decidir se o devido processo legal seria ou não aplicado.
a tese da insignificância foi desenvolvida por Luigi Ferrajoli.
Crimes menos graves se utiliza de pena alternativa
situações em que o bem, ainda que existente e tenha valor, esse valor é desprezível e implica em um ato de disposição. Subtrair a tampa da caneta dele.
Isso é insignificância. E o legislador trata esse tipo de crime como privilégio 155 p 2
155 § 2.º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Quem é primário? a lei não define, mas sim define o que é reincidente, ou seja, primário é o não reincidente. E pequeno valor não é um critério objetivo. Não nos permite discussão.
O privilégio não é uma faculdade jurisdicional. Como do mesmo modo privilégio não é um direito publico e subjetivo do réu. Sendo que o privilégio por observar ou por estar limitado a questões objetivas, está vinculado ao princípio da individualização da pena do art. 59 CP
A jurisprudência interpreta como pequeno valor como tudo que não passa de um salário mínimo. Mas se tomar a vitima como referencia, aparece um absurdo. O que é um carro para a Volkswagen? O que é um diamante para  vivara?
a insignificância procura retirar a tipicidade. já a bagatela como privilegio é modificador de pena.
o perigo é que a insignificância esta ultrapassando o patrimônio, indo para lesão corporal.
A insignificância esta sendo aplicada no estatuto de desarmamento, com relação a munição, para a lei anti-drogas.
Por isso que o Luigi Ferrajoli esta revoltado com a aplicação do principio no Brasil.
A lei 9099 se aplica a JECRIM, crimes de menor potencial ofensivo
L 9099
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
o art. 76 se aplicam penas alternativas sem a necessidade de processo. Isso se chama transação penal. É só aprimorar a lei 9099 que isso evita que um par de chinelo chegue no supremo.
furto famélico – é o furto que consiste em excludente de crime diante do estado de necessidade. Ou seja, situação especifica, tem uma única finalidade, comer.
próxima aula falaremos de :
repouso noturno
formas qualificadas do furto
causas de isenção de pena em relação aos crimes patrimoniais

Comércio Internacional Aula 05 13-03-2018

Regionalismo e OMC
Aula 20/3 haverá exercício para nota.
na semana passada conversamos sobre  a BRF… O câmbio brasileiro é desvalorizado, na base de 3 x 1… favorece estrangeiros para comprar empresas no Brasil. Mas o contrário é um obstáculo. A fusão e aquisição, estão sujeitos pela lei ao julgamento do CADE. Há toda uma questão de direito da concorrência que ainda veremos em outra disciplinas. Há quesitos objetivos e técnicos e outros subjetivos. Não vamos imaginar que existe o conhecimento de todos os mercados por parte das autoridades e órgãos reguladores, e aí precisam contar com consultores e escritórios de advocacia. E assim há enorme demanda de prestação de serviço para essa área. A parte técnica implica na medida de concentração. Já vimos  o HH… multiplicamos ao quadrado e somamos… mas tem outro metodo, chamado método CR(4), quando tomamos somente a participaçao das 4 maiores empresas.  Para isso precisamos de avaliar a participação de mercado de cada um e isso vem de pesquisa de mercado.
O CADE tem um critério. Ele faz primeiro uma avaliaçao técnica do mercado. Se a soma dos 4 maiores somam 80% do mercado, obrigatoriamente vai a julgamento no CADE.
vimos ate agora o enfoque micro, do ponto de vista do empresário que decide se internacionalizar… agora vamos olhar o lado institucional, diplomático e governamental.
Veja o problema do aumento de alíquotas decidido pelo Trump. É um ato que tem muita influência no mundo micro da empresa que se internacionalizou, mas veja como ela sozinha não tem como combater isso, somente com atuação governamental e diplomática para atuar sobre isso.
Assim destacam se as ações comerciais governamentais de internacionalização, por meio de acordos comerciais, que se classificam em 2 tipos:
Acordos Regionais (década de 50)
Visam a expansão da área de livre comercio
Englobam vizinhos, geralmente 2 ou poucos países
Foco redução de tarifas de importação entre os países signatários
de imediato permite o acesso a produtos não produzidos
qual a lógica disso?
B/P/U/A antes todos separados e tarifando uns aos outros
depois um grupo de livre comercio B+P+U+A depois
países vizinhos são separados por fronteiras… e a cada vez que se cruza as fronteiras há tributação sobre os produtos externos. Até a década de 90 o Brasil ainda tributava a exportação, mas isso mudou. Isso caiu com a lei Candir… todo mundo tirava os impostos para exportar, menos o Brasil. Já nos acordos internacionais você tira as barreiras entre os signatários e assim tem um mercado muito maior a sua disposição. Aí há um fomento a internacionalização entre as empresas dentro do acordo em detrimento daquelas que estão fora.
E a que estão fora, vão ter que pagar um imposto. Vários países no mundo todo começaram a fazer acordos desse tipo. E com a eliminação, há desvio das importações que antes eram realizadas no exterior, para que ocorram no interior do acordo ( desvio de comércio)
classificação para acordos pode ser geográfica: regionais, bilaterais, transnacionais, mega-regionais
há interesses específicos para cada região, que permitiam acordos regionais, bilaterais primeiramente, na década de 50… e com o tempo vai se criando políticas comuns, semelhanças… e ai vai para acordos entre blocos, os mega regionais que tiveram seu auge na década de 90… agora esta se verificando a possibilidade de um acordo entre blocos, Mercosul e União Européia
Auge – década de 90
mercosul 1998
antes os acordos só visavam o comércio e alíquotas de impostos
mas hoje os acordos abrangem :
propriedade intelectual
e-comerce – ideal PME, mas necessita regulação
gargalos conectividade, logística, confidencialidade
investimentos
concorrência
compras governos
leis trabalhistas
meio ambiente/serviços
imagina uma empresa que esta exercendo suas atividades em um acordo comercial. Ela precisa de segurança jurídica, respeito a propriedade intelectual por exemplo.
o e-commerce surgiu como forma muito econômica de massificar o comércio, e isso permite PME atuarem de forma global. Agora o camelô importa diretamente a mercadoria para distribuir no seu lugar… e o correio que tem estrutura para entregar correspondência, hoje necessita entregar produtos.
Conectividade… logística… 40% dos CEPs no RJ não são seguros para entregas.
alem disso há a questão da confidencialidade. As empresas Equifax… a netshoes… vazaram dados de seus clientes…
investimentos não eram protegidos… antes para eu criar uma empresa e me estabelecer no exterior havia tributos sobre a remessa ao exterior. E os acordos hoje prevê fim de impostos sobre isso.
o direito a concorrência sofre influencia dos acordos.. diante de um acordo o mercado pode ter sido ampliado e influencia a decisão do CADE por exemplo
e há protecionismo nas compras governamentais, obrigados ao conteúdo nacional, o que prejudica o acordo se isso não for levado em conta.
leis trabalhistas. A internacionalização pode gerar um deslocamento do uso da mão de obra para onde ela for mais barata…  como fica o beneficio social, os empregos, a aposentadoria etc…
meio ambiente.
a área de serviços é pouco internacionalizada.. mas com o desenvolvimento técnico isso começou a mudar.. a índia por exemplo é um lugar onde existem muitos call centers. Aí começou a mudar. O mercado de serviços dependem de regulação do setor público.
Acordos Multilaterais
A OMC tem outra forma, de fazer acordos. Os membros associados começaram a fazer acordos multilaterais, válidos para todos os membros, portanto muito mais isonômico e dificilmente ocorre renegociação.
O brasileiro Roberto Azevedo é o atual presidente da OMC.
o poder na OMC é dispersado.. nos acordos regionais há países hegemônicos que impõe o seu poder em favor dos seus próprios interesses, o que fica mais difícil de ocorrer na OMC.

Comércio Internacional Aula 04 06-03-2018

link livro: Por_que_as_nacoes_fracassam

 

Comercio Internacional aula 6/3

Multinacionais Brasileiras

é complicado o tema, pois o que se tem em bibliografia, o que temos é manuais para exportar, mais a questão de operação. Não temos na bibliografia os temas que tratamos aqui ate o momento.

As empresas brasileiras tem saído do mercado brasileiro com o pé atrás, até porque não tem essa tradição. As oportunidades de internacionalização das empresas brasileiras é pequena. Geralmente ocorre uma expansão para países vizinhos como a Argentina.

o noticiário mundial de fim de semana foi dominado por problemas na BRF e as medidas protecionistas do TRUMP.
A Sadia e a Perdigão, empresas tradicionais da década de 40 que alimentavam o brasileiro e agora estão completamente desvirtuadas. Pois se envolveram em fraudes de processos regulatórios envolvendo a vigilância sanitária, com contaminação da salmonela. O presidente foi preso. As ações caíram 20%.

a BRF não foi comprada por empresários que tinham conhecimento no negócio, mas sim por fundos private equity, investidores que não tem foco no negócio, mas sim foco na rentabilidade do capital.

O fundo compra com interesse no retorno. Com foco em curto prazo. O Cade não consegue verificar isso de uma forma correta.

O fundo que investiu na BRF é o PREVI, ligados a funcionários públicos, por isso pode ter grande influencia politica na estratégia da empresa.

Abilio Diniz que indicou o presidente, este que agora está preso. Isso não esta ocorrendo somente na BRF, mas ocorre em diversas empresas que tem essa influência política.

Por incrível que pareça, empresas que sempre andavam na linha, quando entram no mercado financeiro de capital, ao invés de adotarem politicas de governança e ética, atuam de modo contrário em nome de seus retornos financeiros

Estatísticas do Dia
CBE ( capital brasileiro no exterior)

Somos um pais muito fechado em si mesmo, embora a globalização traz benefícios, não temos empresas globalizadas, mas sim nacionais voltadas a exportação. No site do Banco central podemos ver para onde foi o dinheiro que entrou e saiu do pais:

82% off shores
18% EUA/ Argentina /Holanda /Espanha

ou seja, mais de 80 % estão em paraísos fiscais, para elisão fiscal e ocultação patrimonial.

O Maluf está preso por causa de problemas assim, ocultou patrimônio e simulou operações financeiras com off shores.

o dinheiro que entra no pais vai para o mercado financeiro e para operações empresariais, mas o dinheiro que sai vai para paraísos fiscais.

a Holanda tem muita influencia no mercado de alimentos.

Multinacionais Brasileiras

Banco do Brasil foi a primeira a se estabelecer no Paraguai em 1941
Marcopolo (carrocerias de ônibus) foi a segunda na argentina em 1960

Décadas de saída das Multi-latinas

Do ponto de vista histórico vemos que só a partir de 90 que houve um despertar para a internacionalização

Anos 70 – 7
Anos 80 – 5
Anos 90 – 17
Anos 00 – 33

Campeãs nacionais BNDS / PT

porque isso ocorreu? Pois o governo petista avaliou que era necessário o Estado, com dinheiro público, apoiar empresas em setores em que o Brasil tinha competitividade a se expandirem no mundo. As empresas apresentaram seus projetos, e Luciano Coutinho que era presidente do BNDS na época, aprovou diversos projetos, ente eles a BRF. A tática do governo foi assim, coloca dinheiro público através do fundo de pensão e mantém a empresa alinhada com a estratégia do governo, mantendo o controle nacional delas.

Barreiras à internacionalização

1 Barreiras Internas

essas são as barreiras mais atrapalham o negócio. São algumas

Capitalização Técnica
Capital de Giro
Porte
Know How exportador
Estratégia

é uma barreira não ter linha de financiamento para apoiar todas as operações. Os bancos privados não tem muito esse foco. Se no mercado interno demorar um mês para receber do cliente o pagamento, na exportação isso pode demorar 6 meses.

2 Barreiras institucionais

administração pública voltada para arrecadar não para fomentar empresas
carga tributária
Macroeconomia
câmbio
crescimento
mercado financeiro
apoio técnico ( universidades)

as universidades estão de costas para as empresas. Não há pesquisas para apoiar os negócios das empresas e não há conexão entre os cursos e as necessidades locais. O Senai e Senac cuidam disso, mas não dá conta. Poucas fazem isso, como exemplo tem a Maua e FEI e as montadoras do ABC.

3 Barreiras externas

Política Tarifária ( Trump)
Barreiras não tarifárias (Anvisa)
Cotas de importação (Volumes)

a questão dos problemas da politica tarifária do Trump é muito controversa, pois atrapalham muito o negócios de parceiros e não de inimigos. Prejudicam o Brasil China e Canada.

Pesquisas recentes

Why nations fail esse livro é ótimo – Por que as nações fracassam?

link: Por_que_as_nacoes_fracassam

Cerca de 80 países desenvolvidos comprovam que instituições inclusivas são mais propensas a sucesso

1 instituiçoes extartivistas
oligarquia/ interesses privados
propriedades agrícolas concentradas
baixa participação popular
sistema educacional restrito
analfabetismo
militares

2 Instituições inclusivas
constituição popular
democracia
educação ampla
direito a propriedade
Renda Classe media

 

Comércio Internacional Aula 03 27-02-2018

Falamos na aula passada sobre a internacionalização. Mas agora vamos ver na prática uma metodologia para fazer isso. As empresas que saem do mercado local são fortes e buscam o mercado exterior com a força que elas possuem no mercado local. Ou seja, toda a multinacional surgiu no mercado local e se tornou forte para sair do mundo.
Dados EMN – 50.000 multinacionais no mundo e essas possuem cerca de 500.000 subsidiárias.. eu seja uma relaçao de 1:10
top 500
25% PIB global
50% do comércio global
80% dos royalties (direitos autorais sobre pesquisas)
85% da matriz estão na Europa/EUA/Canadá, países que tem uma cultura de inovação e pesquisas realizadas na matriz. Os centros de pesquisa geralmente ficam perto de universidades… Exemplo as farmacêuticas estão concentradas na Basiléia na Suíça.
o tradicional era sair da matriz e distribuir seus produtos para as subsidiárias. Mas hoje o modelo se inverte, as subsidiárias produzem mais barato e enviam seus produtos para a matriz. Aproveitando oportunidades nos países do exterior, questão de mão de obra barata… impostos…
Tecnologia… vale do silício.. há uma confluência de fatores, universidade, facilitação do poder público etc…
investimentos USD
Brasil recebeu 160 milhoes de USD e saíram somente 23 milhoes de USD.  Em 2010 ocorreu uma virada de página, os países em desenvolvimento começaram a receber mais investimentos do que os países mais ricos, o que significa que toda nossos ativos estão sendo adquiridos por empresas multinacionais, fazendo com que ocorra um deslocamento das decisões para o exterior. E podemos esperar que com essa crise ocorra muitas privatizações. Ou seja a onda continua.
É o mercado cópia. A ideia é pegar um produto que deu certo em um lugar e lançar no outro. Pego a coca-cola dos EUA e lanço no Brasil. A força do produto é tão grande que, sem nenhuma adaptação, foi sucesso em todos os países. Tem países que estão proibindo o nível de açúcar… e esse problema começa a surgir.
legislação interna defensiva
Modelos de gestão de subsidiárias
Centralizada (+ usual)
as filiais da multinacionais reproduzem no local o que a matriz definiu, copiando o modelo de lá.
baixa autonomia da gestão, pois é difícil deixar qualquer autonomia da filial.
gestores expatriados com a cultura de fora e lealdade a matriz
decisões limitadas
atividades core pesquisa inovação ficam na matriz
há muita remessa de lucros para a matriz
a partir de 1990 os brasileiros começaram a ocupar espaço de presidência nas subsidiárias.
Exemplo Ford. Fiesta. Modelo brasileiro que salvou a Ford, que fez uma fabrica em Camaçari e desenvolveu um modelo nacional que foi considerado modelo mundial, a Ecosport. E na época fez sucesso. Isso foi antes dos asiáticos chegarem com seus carros no Brasil.
Decentralizada ( menos comum)
modelo onde existe autonomia da filial para decisão em investimentos, gestão de negócios e acordos. Não podemos imaginar um modelo descentralizado sem uma subsidiária mais forte. Assim as filiais dos países grandes tem autonomia de gestão. mas isso não ocorre com as filiais dos países menores.
imagina a farmacêutica… as doenças pesquisadas no mercado brasileiro deveriam ser diferentes das pesquisas nos países ricos. A pesquisa tem como driver o retorno do investimento. Um pais mais pobre não tem dinheiro para comprar o remédio, assim o retorno é menor e não há incentivo para pesquisar esse tipo de doença.
No Brasil o instituto butantan foi criado para pesquisar doenças típicas locais, tropicais.
Métodos de expansão
esta na ordem de comprometimento, do menor para o maior. O mínimo significa que não há muito comprometimento do pais no negocio
1 expansão indireta
faço uma exportação indireta para a Argentina e o cliente lá que se vira para desenvolver o mercado…  Fica tudo na mão do distribuidor local.
2 Expansão direta
tiro o representante e eu mesmo diretamente contato e vendo ao cliente
3 Licenciamento
a marca vem para o Brasil, licencia a marca mas o fabricante que tem o risco do negócio. O contrato de licenciamento amarra o vinculo entre os dois, geralmente por um período longo, por isso que entende-se maior comprometimento que a expansão direta
4 franquia
própria = pode ser própria onde eu monto todo o investimento para o meu franqueado
local =  deixo o investimento por conta do franqueado, que seria o terreno, as reformas do imóvel para adaptação etc.. essa é ideal para pequena e media empresa. Você põe pouco dinheiro no exterior, mas cuidado pois muitas vezes o contrato de franquia acaba em disputa
5 fusão / aquisição
mais interessante para empresas maiores. Direito da concorrência, competição, estrutura do CADE. Vamos ver isso em outra disciplina. Serve para evitar a concentração do mercado brasileiro. Antes o CADE defendia o preço popular, mas hoje ele analisa a estrutura do mercado, com relação a concentração e promovendo a livre concorrência.
A fusão da Estácio com a Anhangüera foi julgada ano passado. Kroton quis comprar a Estácio. A análise que foi feita significa que haveria somente uma universidade em certos locais.. Assim por votos  5×1 foi vetada a fusão.
A Kroton parou de comprar faculdades e começou a comprar colégios. Pois assim foi verticalizado, você pega o jovem e já direciona ele para a sua faculdade.
O direito da concorrência tutela isso.
A compra da Anhangüera pela Kroton já teve alguns remédios por via de ajustes de conduta, mas como não foram cumpridos e aí isso pesou nos votos.
5.1 Horizontal
é a aquisição de outra empresa do mesmo segmento.
5.2 vertical
é a aquisição de outra empresa de segmentos diferentes
tem um exemplo. A Cosan comprou os postos de distribuição da Shell para distribuir o álcool produzido por ela.
Na integração vertical, o poder de concentração é maior do que na horizontal
6 Greenfield
quando a empresa monta tudo do zero. Greenfield é o terreno verde.
7 Born Global (tecnologia)
são empresas que já nascem globais, ou passam a serem globais em pouco tempo.. Uber, facebook…
no Brasil o timing para um empresa se globalizar é 40 anos.
geralmente é mais serviços do que Produtos. O idioma não atrapalha mais hoje.
Como já disse, a as fusões/ aquisições podem comprometer a concorrência CADE e necessitam de aprovação prévia.
Existe um critério para avaliar essa concentração de mercado
cálculo concentração
Imagina que tenho um mercado com 4 empresas. Pego as porcentagens de participação de mercado de cada uma e elevo ao quadrado e somo tudo. Se esse numero for maior que 2800 há concentração no mercado.
A         B         C           D
20%    30%    25%       25%
400 + 900 + 625    + 625 = 2550
suponho que junta A +B
AB         C           D
50%     25%       25%
2500     625       625 = 3750
aí aumentou a concentração e passou de 2800. O direito a concorrência tem que entrar e colocar alguma restrição.
A Ambev teve a maior multa da historia do CADE, foi  350 milhões…  Ambev inventou uma campanha chamada “to contigo”, ou seja, o supermercado só poderia colocar as marcas da Ambev para vender, e não colocar a do concorrente, eliminando a participação dos outros e concentrando ainda mais os índices de mercado.

Comércio Internacional Aula 02 20-02-2018

Prof Huberto Nunes
Comex
Internacionalização
na última aula vimos uma visão histórica, regionalismo aberto e fechado. O regionalismo aberto tomou conta a partir da década de 80… o Brasil se atrasou com a globalização em função do regime militar. Ficamos atrasados 10 anos. O foco principal era o mercado interno e o excedente direciona para fora.. mas na Ásia era ao contrário, regionalismo aberto prioriza o externo.
Houve condicionantes da América Latina toda. Teve muitos governos militares em 70 e 80.. E assim nossa região não participou muito do comercio mundial. Abaixo a participação em trilhões de dólares.
 Trade 2017
A NORTE 5,0
A Latina 1.7
Africa 1.1
Europa 13.9
Asia 14.7
Oceania 0,6
total 38,0
Quem manda na globalização do mundo é Ásia, Europa e América do Norte.  E na berlinda esta a África, América Latina e Oceania. A Autralia é um país de grande qualidade de vida, mas não é muito populoso e nao tem volume de mercado.
vamos falar do comércio internacional do ponto de vista global e da inciativa privada. Quem faz o comércio são empresas de setor privado. No Brasil tem uma certa participação de empresas públicas, mas a regra geral é do agente privado. E no Brasil há poucas empresas que atuam no exterior, mais em mineração e agro negocio. Aqui não se produz nada muito tecnológico, exceto a Embraer que é um caso a parte. Estamos estagnados, com uma pauta pobre, e os clientes são sempre os mesmos a 50 anos. Como nosso forte não é nossa tecnologia, nos baixamos muito o preço para fazer negócio.
EMN
Empresas Multinacionais
Quem decide expandir-se internacionalmente? As empresas privadas, geralmente indústrias, mas há serviços, bancos, tecnologia etc…
Negócios no exterior
Inicio década de 50
Origem EUA Europa
Motivos para Expansão
saturação da concorrência local
esse é um grande incentivador.. ao ver o seu mercado saturado, o mercado interno já esta satisfeito. Não consigo vender um segundo ou terceiro carro ao consumidor. E como manter os custos da empresa sem poder vender meus produtos? Assim vou olhar para fora. Mercado saturado não significa que não há faturamento, mas sim que o faturamento se da por reposição, com uma demanda mais fraca. Isso ocorreu no mercado pós guerra, o impulso exportador.
mercados novos
essa é outro grande incentivador. Expansão em outros locais para vendas dos seus produtos
economia de escala
se eu trabalho com exportação, eu aumento a quantidade produzida. A quantidade aumenta e aumenta a viabilidade do negócio… ao produzir em escala, otimizo a produção na matriz em função da quantidade ao exterior
apoio governamentais: financeiro, diplomático, comercial, técnico
governo é indutor muito grande. Você só pode importar se você exportar. A moeda internacional não é a que eu uso, por isso deve existir um balanço de exportação importação. Assim se eu não desenvolvo a exportação eu tenho que brecar a exportação. E o governo tem que dar uma força, expor os produtos ao estrangeiro, participar de uma feira, uma demonstração do produto.. financiamento. Uma empresa trabalha com ciclos de 30 dias… 30 dias para pagar salários, impostos.. mas no mercado externo é de 180  360 dias.. prazos de pagamento muito maior.  E assim faz necessário o financiamento bancário. E isso não interessa ao banco privado. É o banco governamental que tem que fazer.
Brasil 5% das empresas são MME
Coreia do Sul 44% das empresas são MME
empresas maiores conseguem financiamento e apoio do governo, por isso que somente 5% atua no mercado exterior. quando a pequena empresa decide exportar, não encontra apoio dos bancos privados. E o BNDES foi criado para isso.
A diferença dos pagamentos internacionais inibe a participação das pequenas e médias empresas PME no mercado internacional. Tem que fortalecer a pequena empresa.
uma moça começou a vender roupa pela internet. Foi em um feira da Fiesp e disse que queria vender para Itália.. pediu na Fiesp apoio e conseguiu um contato de uma pessoa na Itália que tinha loja de varejo. Ai fez um contrato.
O apoio diplomático é necessário, principalmente no ambiente das grandes empresas. A embaixada  americana serve para muito mais do que só dar visto para turista. Serve para promover os negócios das empresas americanas.
Já o intercâmbio comercial e técnico tem que ser feito pelo governo.
Dumming – um dos maiores estudiosos do assunto dividiu as empresas internacionais em categorias
marketing seeking – buscam o tamanho do mercado. Por exemplo na Europa proibiram geladeira com CFC.. mas aqui no Brasil demorou mais para regulamentar, o mercado das geladeiras com CFC era aqui.
natural resource seeking – saem para garantir a disponibilidade de um recurso natural, uma empresa que precisa de minério de ferro. Sair para garantir o seu recurso natural essencial para o seu negócio.
asset seeking – O Banespa foi vendido para o Santander. Ele estava de olho na America Latina, vendo que o governo precisava vender ativos pois estavam quebrados. Quando o Banespa foi vendido, o preço mínimo era 1 milhão e o Santander levou por 7,5 bi USB. O Santander queria ter aquele ativo. Compraram ainda outros bancos, o banco real.. Se não houvesse o comando governamental, os governos estaduais não teriam vendido o Banespa
Modalidades de Entrada
Fatores a considerar:
riscos
Sair do pais envolve certos riscos. E o militar é avesso ao risco. Há uma relação de aversão ao risco e sistemas totalitários. Você entraria na Venezuela hoje? riscos políticos, riscos geopolíticos e confrontos,
investimentos
Para montar uma fabrica no exterior é necessário investimentos. o valor do investimento no mercado externo é muito. Tem que ter muita certeza. Há empresário visionários.
perfil do consumidor
Tem consumidor que mais avido pelo seu negócio. Tem que avaliar a renda, salário médio, etc…
ai sim a empresa toma ou nõa a decisao de ir: decisão GO/ NO GO
Formas de Inserção
Expansão indireta
Expansão direta
licenciamentos
franquias diretas
franquias indiretas
fusões aquisições
greenfield
índice de internacionalização II
como meço se um empresa esta internacionalizada ou não.? O índice de internacionalização vai de zero a um
índice definido pela ONU. Quem  monitora esse índice no Brasil é Fundação Dom Cabral.
II =
[(num funcionários no exterior / num funcionários total)
+
(faturamento externo/ faturamento total)
+
(ativos no exterior/ativos totais)]/3
II=250/5000+ 50/2000+ 2000/4000
II = 0,05+ 0,25+ 0,5 = 0,8
obs: o professor falou que o índice era a soma das frações acima, mas de fato deve-se dividir por 3 para que o índice fique entre 0 e 1. Veja aqui na pág 33
Condições
tipo de produto = características do produto
distribuição  = como que ocorre a distribuição do produto no mercado internacional
consumo = qual o padrão de consumo, é diário? é semanal?

Comércio Internacional Aula 01 06-02-2018

Prof Huberto Nunes
Avaliação  – Provas + Atividade
Bibliografia – A definir
Comércio Internacional (Comex) e Direito

Comércio Internacional tem tudo a ver com direito. A Diplomacia trabalha muito com isso. No ponto de vista de negociação, são os bacharéis de direito que geralmente trabalham nessa área. Lá fora os outros países sabem defender seus interesses. Uma fonte de riqueza das nações é o comércio. E saber comprar e vender, o “trade”, isso sim é que é a palavra chave para a riqueza.

O presidente Trump é o que é por ser um trader. A fórmula militar sempre anda junto com a comercial. Os países desenvolvidos têm em sua história a questão comercial. Alemanha, Japão, EUA etc…
O lado interno não é o foco aqui, mas sim o comércio com outras nações, ou seja, o lado externo. Quais as limitações desse comércio? Como o direito atua nisso?
dados do ano passado em USD milhões:
exportação  217
importação  150
saldo positivo de 67 – superavit na balança comercial. Se fosse negativo é o déficit
Para os EUA, esse número é negativo. Então é déficit. E agora o Trump está com ações no sentido de reverter esse déficit. A soma é o valor corrente de comércio, 367. Isso dividido pelo PIB dá 16%.
Assim o comércio exterior participa só esse pouco, 16%  do PIB. O ideal seria 40%. Temos ainda uma subutilização do comércio internacional para trazer riqueza. O Brasil tem muitas dificuldades ainda. Temos problemas de nações em desenvolvimento. Doenças, saneamento básico, hospitais… os reflexos no direito são diretos.
Vimos que o comercio internacional nao é significativo para o Brasil, mas será que o Brasil é significativo para o comercio exterior? Veja, a participação do Brasil é de 1% no comercio internacional. Isso mostra que se desenvolveu muito para dentro e pouco para fora. Olha a dificuldade de falar inglês.  Estamos em uma região remota, nao temos muitas fronteiras. Não olhamos para o pacifico, mas sim para o atlântico. Estamos mais integrados com a Europa do que com os vizinhos. Não temos muito intercâmbio com os vizinhos. As vezes é mais fácil negócios com a Europa do que com os vizinhos.
Assim somos uma região isolada. Hoje o maior trader do mudo é a China, e qual o negócio que temos com a China? Não temos saída ao pacífico, mesmo assim hoje o maior parceiro comercial que temos é a China. E olha a dificuldade logistica que isso implica.
Negociações comerciais
Intervenientes
SRF
BACEN
Alfandega
Ministérios/ secretarias
Setor privado
 empresas multinacionais
prestadoras de serviços
Palavra – trade – fonte de riqueza e de poder
Histórico Brasil
Séc XIX – Agricultura
Sec XX  – Industrialização
necessidade de dólares
preços instáveis
aí veio a primeira fase:
Regionalismo fechado – Vargas + JK + militares 30/70
Havia incentivos fiscais, pois  foi a forma de atrair o desenvolvimento industrial local. É uma politica para produção local, afastando o comercio exterior. Onde vamos instalar a fabrica de carros, em S. bernardo.. perto de São Paulo e Santos, mas direcionamento é local. A ideia não era exportar os carros, mas disponibiliza-los dentro do próprio pais
São as seguintes características:
Produção local
imposto de importação alto
Capital Público
Famílias Tradicionais
Mercado com pouca concorrência  / Oligarquia
o resultado é industrialização bancada com incentivos e mercado fechado sem concorrência, um beneficio, mas com alto custo para ser implantado e o estado patrocinando tudo isso. A infraestrutura é pública e os demais investimentos são privados, mas às vezes tem origem publica para investimento via BNDES. O carro Fusca vendeu durante 50 anos no Brasil. Como pode um único modelo vender 50 anos? Mercado fechado. Quando o Fusca morreu? Quando o mercado abriu. Não tinha como competir com carros muito mais modernos.
Já quem são os players, ou agentes desse mercado? São as famílias tradicionais que pegaram o capital público, por exemplo o Matarazzo. Um império. Na década de 70 o Brasil se tornou a sétima economia do mundo, mas o custo disso é o que estamos pagando hoje. Como se quebra isso? Abrindo o mercado
Regionalismo Aberto 90/atual
Foi o presidente Collor que  começou a se desenhar no Brasil outros critérios, diferente dos militares.
Caracteristicas
acordo comerciais
acordos multilaterais ( OMC)
redução de tarifas
desindustrialização
invasão asiática produtos/ capital e gestão
cambio flutuante
meio ambiente/ forças armadas e propriedade intelectual
O Brasil começou a fazer acordos comerciais. Há 5 acordos comerciais e com países periféricos e o mais importante seria o Mercosul, que é um projeto de 91, mas de lá para cá estancou. Hoje está para sair um acordo com a União Europeia. Premissa é reduzir os impostos, que eram muito altos do período anterior.
Citibank.. HSBC.. os bancos saíram do Brasil.. isso deixou o setor bancário com os bancos nacionais. E agora vem uma nova onda de internacionalização pela tecnologia, banco com tarifas grátis, Nubank.. não é o modelo de agencia que vigora hoje no Brasil.
A história trouxe o perfil da nossa oferta hoje ao mercado internacional. Somos o país das  Commodities, produtos naturais com preços cotados em bolsa de valores em dólares. Isso nos deixa  muito dependente do preço do produto, que oscila e assim o deficit e superavit vão se sucedendo.. e no caso do deficit era necessário contrair mais divida externa.
a partir de 95 começou a OMC, cujo presidente atual  é brasileiro, o Roberto Azevedo.
Estabeleceu um limite de no máximo é 35% para as tarifas, isso foi negociado pela OMC no mundo inteiro. A tarifa media no Brasil hoje é 11%.
No Brasil a desindustrialização hoje é uma realidade. Mas ela tem uma relação muito forte com a invasão asiática
Invasão asiática ocorreu em 3 fases. Primeiro entrou com produtos mais baratos. E no segundo momento começaram a entrar com capital. Eles compram ativos no Brasil, compram partes das empresas. E em um terceiro momento entram com a gestão, compram a totalidade da empresa e impõe a sua gestão.